Equipe de curadoria e artistas

 

GABRIEL PÉREZ-BARREIRO – Curador-geral – Doutor em História e Teoria da Arte, curador de arte latino-americana do Museu de Arte Blanton da Universidade do Texas em Austin, espanhol, residente em Austin, Texas.

Foi Diretor de Artes Visuais da Americas Society em Nova York por três anos até 2002 e curador da Coleção de Arte Latino-americana da Universidade de Essex entre 1993 e 1998.

Tem curado e produzido numerosas exposições de arte latino-americana na Europa e nos Estados Unidos, entre elas mostras de Lygia Clark, Geraldo de Barros, Rivane Neuenschwander e Iran do Espírito Santo.

Atualmente, está preparando The Geometry of Hope: Latin American Geometrical Abstraction from the Patricia Phelps de Cisneros Collection para o Museu de Arte Blanton e a Grey Art Gallery de Nova York. Tem proferido conferências sobre arte latino-americana em diversas instituições, entre elas o Museu de Arte Moderna de Nova York, o Metropolitan Museum of Art, Harvard University, o Museu Guggenheim, a Oxford University e a Fundação Iberê Camargo.

LUIZ CAMNITZER – Curador Pedagógico – Artista e professor emérito da Universidade do Estado de Nova York, uruguaio, mora em Nova York (NY).

Nasceu na Alemanha, em 1937, mas foi criado no Uruguai, país de onde é cidadão. Formado em arquitetura e escultura no Uruguai, estudou escultura e gravura na Academia de Munique.

Nos Estados Unidos desde 1964, Camnitzer é professor de arte da Universidade do Estado de Nova York em Old Westbury, Nova York, e escreve com freqüência para várias publicações especializadas. Desde a década de 60, participou de numerosas exposições coletivas e individuais nos EUA, América Latina e Europa. Foi um dos artistas a fazer parte da 1ª Bienal do Mercosul.

ALEJANDRO CESARCO – Curador da mostra Conversas – Artista e curador independente, uruguaio, residente em Nova York (NY).

Formado pela Universidade de Nova York (Master em Belas Artes) e pela Universidade Católica do Uruguai. Expôs, entre outros lugares, na galeria Murray Guy (NY), em Art in General (NY), na Kraljevic Gallery (Zagreb, Croácia), no Centro Cultural de Espanha (Montevidéu), em El Museo del Barrio (NY), TestSite (Austin, Texas), no Museu Nacional de Artes Visuais (Montevidéu), na Coleção Engelman-Ost (Montevidéu) e no Bronx Museum of the Arts (NY).

Foi curador das mostras Felix Gonzalez-Torres, no Museu Nacional de Artes Visuais (Montevidéu), I/ME/MY, no Centro Cultural Molino de Pérez (Montevidéu), Tim Rollins & K.O.S. e Chapter V, ambas na Art Resources Transfer (NY). Co-organizou o ciclo Visitas no Centro Cultural Rojas (Buenos Aires). É editor de Between Artists, uma série de publicações baseadas em conversas entre artistas. Atualmente, reside em Brooklyn, NY.

INÉS KATZENSTEIN – Curador da mostra Zona Franca – curadora e historiadora da arte, curadora do Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (MALBA), argentina, residente em Buenos Aires.

É formada em Ciências da Comunicação pela Universidade de Buenos Aires, com Master em Estudos Críticos e Curatoriais no Centro para Estudos Curatoriais, Bard College (NY), apoiada pelo Fundo Nacional das Artes e Fundação Antorchas.

Escreveu sobre arte contemporânea em diversas publicações especializadas da Argentina e do exterior. Foi editora de Guillermo Kuitca, Drawings (Sperone Westwater, 1998) e de Listen, Here, Now! Argentine Art of the Sixties: Writings of the Avant-Garde (Museu de Arte Moderna de Nova York, 2004).

Entre outras exposições, curou Liliana Porter: Fotografía y ficción (Centro Cultural Recoleta, 2003) e David Lamelas: Extranjero, Foreigner, Etranger, Austlander (Museu Rufino Tamayo, México DF, 2005), editando os catálogos das duas exposições. Atualmente, é curadora de Malba-Colección Costantini e faz parte do Comitê Assessor da revista Otra Parte (Buenos Aires).

LUIS ENRIQUE PEREZ ORAMAS – Curador da mostra Zona Franca – curador e historiador da arte, curador do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), venezuelano, mora em Nova York.

É escritor, poeta e historiador da arte. Recebeu seu doutorado sob orientação de Louis Marin e Hubert Damisch na Escola de Autos Estudos em Ciências Sociais (Paris) em 1994.

Foi professor de historia da arte na Universidade de Haute Bretagne-Rennes 2 (Rennes, França), na Escola Regional Superior de Belas Artes de Nantes (França) e professor de história da arte e arte moderna latino-americana no Instituto de Estudos Superiores de Artes Plásticas Armando Reverón (Caracas). Foi curador da Coleção Patricia Phelps de Cisneros (Caracas) de 1995 a 2002 e, atualmente, é curador-adjunto no departmento de desenho do MoMA.

MOACIR DOS ANJOS – Curador da mostra Zona Franca – curador de arte e pesquisador, diretor geral do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM), Recife, brasileiro, mora no Recife.

É pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, no Recife, desde 1989. Integrou a equipe de coordenação curatorial do Programa Itaú Cultural Artes Visuais (2001-2003). É curador da próxima edição do Panorama da Arte Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (2007). É curador, com Paulo Sérgio Duarte, da participação brasileira na ARCO - Feira de Arte Contemporânea, em Madri (2008). Dentre as exposições de que participou como curador, destacam-se: Geração da Virada (2006), no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo (co-curador: Agnaldo Farias); Rosângela Rennó (2006), no Mamam; Babel - Cildo Meireles, na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2006). É autor de Local/Global: arte em trânsito (Rio de Janeiro: Zahar, 2005).

TICIO ESCOBAR – Curador da mostra Três Fronteiras – curador e crítico de arte, diretor do Museu del Barro / Centro de Artes Visuais, paraguaio, mora em Assunção.

Entre 1991 e 1996, foi diretor de Cultura do município de Assunção. É Presidente do capítulo paraguaio da Associação Internacional de Críticos de Arte. É membro do Claustro do Doutorado em Filosofia, Estética e Teoria da Arte da Universidade do Chile.

Tem diversos títulos sobre arte paraguaia e latino-americana publicados. Entre seus livros publicados individualmente, destacam-se: Una interpretación de las artes visuales en el Paraguay (Coleção das Américas, Assunção, 1982 e 1984); La belleza de los otros - arte indígena del Paraguay (RP e Museo del Barro, Assunção, 1993); Sobre Cultura y Mercosur (Edic. Don Bosco Ñandutí vive, Assunção, 1995); El arte en los tiempos globales (Edic. Don Bosco, Assunção, 1997); La maldición de Nemur. Acerca del arte, el mito y el ritual de los indígenas ishir del Gran Chaco Paraguayo (Centro de Artes Visuais / Museo del Barro. Assunção, 1999); El arte fuera de sí (Centro de Artes Visuais / Museo del Barro, Fondec, Assunção, 2004).

De acordo com Pérez-Barreiro, os curadores foram convidados tendo em vista critérios da 6ª Bienal do Mercosul. A substituição do modelo curatorial, por exemplo, foi uma importante medida que permitiu a composição da equipe.

Baseada em representações nacionais até a 5ª edição do evento, a curadoria passou a ser formada por um grupo de curadores que trabalha no projeto sob coordenação do curador-geral.

No caminho da valorização de uma geografia cultural, criada a partir da voz do artista, extrapolar limites de fronteiras geopolíticas mostrou-se um passo necessário. Na proposta marcada pela imagem da terceira margem do rio, "todos os curadores têm uma relação direta com países do Mercosul e, ao mesmo tempo, algum tipo de ação ou experiência internacional.

Mas todos representam vozes diferentes e esta Bienal aceita e promove a liberdade de expressão", argumenta o curador-geral. Com liberdade para conferir novos papéis a curadores, como no caso do curador pedagógico, Pérez-Barreiro trabalha com a arte como elemento-chave de um diálogo capaz de gerar perspectivas independentes.

Responsável por pensar o projeto pedagógico, Luis Camnitzer foi o primeiro dos curadores a ser chamado a participar da 6ª Bienal do Mercosul. E a precedência é coerente com a prioridade dada às ações educativas do evento.

Permeando todos os "capítulos" da proposta curatorial, iniciativas ligadas à Educação, desde já, estão sendo desenvolvidas. Conforme Pérez-Barreiro, os demais curadores receberam bem a idéia: "O conceito de fazer uma Bienal, pensando nos seus públicos desde um ponto de vista criativo e pedagógico, foi aceito com entusiasmo".

Para as exposições monográficas da 6ª Bienal do Mercosul, o curador-geral selecionou nomes que representam diferentes momentos da história da arte latino-americana. Os três artistas são:

JORGE MACCHI – (Buenos Aires, 1963) É um dos artistas contemporâneos mais relevantes e reconhecidos da atualidade. A exposição monográfica permitirá a primeira visão geral de sua trajetória em continente americano. A obra de Macchi distingue-se por suas meditações sutis sobre as possibilidades poéticas da vida cotidiana. Macchi trabalha com objetos do dia-a-dia numa variedade de meios, incluindo instalações, vídeos, colagens e fotografias. Participou da 4ª Bienal do Mercosul.

ÖYVIND FAHLSTRÖM – (São Paulo, 1929 - Estocolmo, 1976) A participação na 6ª Bienal do Mercosul será a primeira apresentação no Brasil do trabalho de Öyvind Fahlström, o único artista brasileiro a ser homenageado com exposições monográficas no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), Centre Georges Pompidou, Paris, e na Moderna Museet de Estocolmo. Esta exposição exibirá a obra gráfica do artista, na sua totalidade, sendo ele um inovador internacional nesta linguagem.

FRANCISCO MATTO – (Montevidéu, 1911 - 1995) Foi um dos participantes mais importantes do Atelier Torres-García no Uruguai. A obra do artista é significativamente marcada pelo seu profundo interesse pelas culturas pré-colombianas, o que o levou a formar sua própria coleção de arte pré-hispânica. Matto representa um dos caminhos mais originais a partir dos ensinamentos do Universalismo Construtivo de Torres-García, alcançando uma perfeita união entre a arte antiga e as linguagens contemporâneas. Participou da 1ª Bienal do Mercosul.

Representantes da contemporaneidade, de influências dos anos 60 e do modernismo, as mostras substituem a exposição de artista homenageado, presente até a 5ª Bienal do Mercosul. Pérez-Barreiro justifica a mudança: "A tradição de artista homenageado é importante, e achei que deveria conservá-la de algum jeito. Mas, se a metáfora central da Bienal é “A Terceira Margem do Rio”, como poderia propor uma mostra única? Achei mais dinâmico e diverso escolher artistas de países e gerações diferentes".

Para a mostra de Macchi, o plano de itinerância inclui uma primeira escala no Museu de Arte Blanton da Universidade do Texas em Austin tão logo seja encerrada a Bienal em Porto Alegre. Depois, a exposição deve percorrer a América do Norte. Por enquanto, está sob estudo a possibilidade de todas as monográficas visitarem outras cidades. É certo, porém, que cada uma terá um catálogo próprio.

Öyvind Fahlström, por sua vez, é tido pelo curador-geral como, possivelmente, o artista brasileiro mais reconhecido fora do país - é o único a ter exposições monográficas no MoMA e no Centre Georges Pompidou. Ainda assim, é artista pouco conhecido no Brasil. Segundo Pérez-Barreiro, a mostra será "uma grande oportunidade para ver e comentar obras deste artista nascido em São Paulo que sempre manteve relação intelectual com o Brasil".

Questionado sobre as formas pelas quais as trajetórias em exposições monográficas relacionam-se com a metáfora da terceira margem do rio, o curador-geral respondeu: "Todos (os artistas) foram escolhidos por representar o conceito da terceira margem; a possibilidade de criar uma terceira realidade entre duas percepções opostas. No caso de Matto, é a união entre arte antiga e contemporânea, no de Fahlström, é a relação entre a política e o Pop e, no de Macchi, o encontro da arte conceitual e da emoção que geram as alternativas".

 

A 6ª Bienal do Mercosul e "A Terceira Margem do Rio"

Com a escolha do tema "A Terceira Margem do Rio", a 6ª Bienal do Mercosul - marcada para setembro de 2007, em Porto Alegre - pretende indicar a possibilidade de a cultura criar um terceiro espaço onde antes parecia haver dois. Ou seja, a imagem tomada do conto de Guimarães Rosa seria a de um lugar independente, a partir do qual o sujeito pode romper binômios limitadores de sua realidade, como o da oposição direita e esquerda.

A perspectiva criada desde uma terceira margem, segundo o projeto do curador-geral, Gabriel Pérez-Barreiro, é mais que assunto ilustrativo, mas uma posição a ser adotada ao tratar a relação entre arte e público. Por isso, uma equipe integrada de curadores - e não mais curadores de representações nacionais - deve articular a visão do Mercosul para o mundo e do mundo para o Mercosul.

Nesse sentido, um dos princípios da curadoria será o do diálogo como gerador de alternativas, fruto de constante negociação entre artista e arte, objeto e espectador e espectador e o ambiente ao seu redor. "A Terceira Margem do Rio" ainda serve de metáfora da geografia regional, definida por fronteiras pluviais, e faz alusão ao antagonismo entre regionalismo fechado e globalização sem diferenças.

A fim de renovar o evento e consolidar conquistas de suas cinco primeiras edições, o curador-geral propõe, além de mudar o modelo de curadoria, intensificar o processo de internacionalização da mostra e pôr em prática um programa pedagógico ao longo de toda a sua realização.

O projeto curatorial da 6ª Bienal do Mercosul é composto por quatro capítulos e um programa pedagógico:

- Exposições monográficas de três grandes personalidades da arte latino-americana e internacional.

- Conversas: uma exposição explorando a geografia cultural através de relações específicas entre obras de arte.

- Zona Franca: uma série de projetos selecionados por uma distinta equipe de curadores internacionais, baseando-se unicamente em critérios de qualidade e relevância.

- Três Fronteiras: um programa internacional de artistas em residência baseada na zona da Tríplice Fronteira, no seio da região do Mercosul.

- Programa Pedagógico: programas desenhados por artistas para desenvolver a capacidade criativa do público.

www.fundacaobienal.art.br

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eNT . Revista Eletrônica Nádia Timm . 2006