Laércio Correntina Laércio Correntina é a atração da próxima segunda-feira (17/09) do Projeto Segunda Aberta. O show, no Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro, começa às 20h30, com ingressos a R$ 5 (preço único). O Segunda Aberta foi idealizado no começo dos anos 80 pelo poeta e jornalista Carlos Brandão, hoje diretor do Goiânia Ouro. A idéia, que visa divulgar a música produzida pelos artistas de Goiás, ocupa agora as segundas-feiras do centro cultural, a pedido do Secretário da Cultura, Kleber Adorno. O alvo do projeto é a visibilidade e valorização da música popular genuinamente goiana. Laércio Correntina – Por Carlos Brandão ( junho de 2006) Entre as muitas vozes competentes da música popular feita em Goiás, Laércio Correntina é um cara, dos melhores, diga-se de passagem. Laércio que começou sua carreira pra valer em 1982, soube esperar a hora da fruta madurar para lançar seu primeiro disco. Artista consciente faz assim: aguarda a calda do doce ficar no ponto para sair vendendo o doce. O primeiro disco desse cantor e compositor saiu em 1992.; dez anos, portanto, após o "pé na estrada". Dez anos de trabalho, estudo, pesquisa e muita, mas muita observação, sim senhor. O primeiro disco, "Break Tupiniquim" saiu melhor que a encomenda. Tecnicamente é muito bom; artisticamente é quase perfeito; o repertório, por exemplo, é dez. Disco que bem poderia ter figurado como um dos melhores do ano nas revistas especializadas e nas MTVS da vida, não fossem os esquemas que comandam a música no mundo, mais que mafiosos. A gente sabe com quem está lidando, e eu sei, e como sei do que estou falando. O segundo trabalho fonográfico, o CD "Eu Canto", pode ser incluído sem sombra de dúvida, dentre os melhores discos independentes produzidos em Goiás em 2001, se não o melhor. Com alguns arranjos de Toninho Horta e do próprio Laércio, o trabalho é esteticamente perfeito, indo por interpretações líricas, como a de "Ouro de Tolo" de Raul Seixas, passando pelas inéditas e belas "Bússola" e "As Estações do Amor", até a satírica "Carro de Polícia" e a poética "Eu Canto", que dá nome ao disco. Não tenho dúvida, é um belo trabalho. Agora, Laércio Correntina parte para a produção e lançamento de seu terceiro trabalho fonográfico, de nome "Esteta". Ora se Laércio é uma das melhores vozes que temos aqui em Goiás, além do seu bom gosto musical em matéria de arranjos, escolha de repertório, etc., tenho certeza que esse "ESTETA" será mais uma preciosidade da chamada MPB que é feita em nosso estado, aposto! Só espero que as eternas dificuldades que costumam pintar no caminho dos músicos chamados independentes desse país não atrapalhem muito esse músico e amigo. Falando nisso, esse país e suas indústrias fonográficas estão precisando dar uma folga na porcaria geral que andam despejando no mercado, par voltarem a apostar na verdadeira música brasileira. Seja lá como for, apesar do bem e do mal e da eterna luta entre Deus e o diabo, "ESTETA" virá belo e necessário, porque a alma da gente anda precisando de um trato legal que só vozes e composições como as de Laércio podem dar. Ainda bem e graças a todos os deuses que andam soltos pelas pautas e dobras das canções bem feitas e justas que (eu creio muito nisso) ainda continuam a ser produzidas nesse Brasil cheio de sertanejos e axés-pornôs. Porque, como disse o poeta, fora da beleza só há danação e dentro da beleza só há salvação "ESTETA" é mais um ponto de tricô dessa nossa salvação musical.
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