Programação Reynaldo Jardim – 80 anos

Dia 11 de dezembro – 19 horas

Local: Foyer da Sala Villa-Lobos – Teatro Nacional Cláudio Santoro

- Entrega do Título de Cidadão Honorário de Brasília

- Sarau Poético Musical (apresentação de artistas da cidade)

- Abertura da exposição Reynaldo multimídia: artes e comunicação

- Apresentação do Samba 'Reynaldo Jardim da Babilônia conquista as tesourinhas de Brasília'.

Local: Sala Alberto Nepomuceno

20h: Exibição de curtas metragens com a participação do artista:

Corpo a Corpo, dirigido por Ronaldo Duque

Documentário sobre os índios Yanomani, com poema de Reynaldo Jardim

O Corvo, dirigido pelo cineasta curitibano Valêncio Xavier, a partir do poema homônimo, de Alan Poe, traduzido por Reynaldo Jardim

Para Ti Brasília, dirigido por Carlos Augusto Velho (Pingo)

Curta-metragem no qual Reynaldo é ator.

Dia 12 de dezembro

Local: Sala Alberto Nepomuceno

19h - O Sol Caminhando contra o Vento, dirigido por Tetê Moraes, lançado recentemente no circuito comercial. Exibição com a presença de Reynaldo Jardim e da diretora que conversarão com os presentes.

20h - Foyer do teatro Nacional Cláudio Santoro

Exposição: Reynaldo multimídia: artes e comunicação

 

O multi artista

Na vida de Reynaldo Jardim, a poesia e os contos sempre estiveram presentes, registrados em cadernos que carregava desde muito jovem.

Na imprensa, a partir da década de 50, o poeta comandou sucessivas revoluções gráficas, que começaram na "Revista Senhor", depois alcançaram o "Suplemento Dominical" do "Jornal do Brasil" e se estenderam para o jornal inteiro.

Anos mais tarde, a criação do "Caderno B", naquele mesmo impresso, mostrou à grande imprensa a necessidade e importância de destacar a Cultura como assunto diário das notícias do país.

Durante a ditadura, até as vésperas do Ato Institucional nº5, Reynaldo Jardim manteve vivo o jornal escola, O SOL, hoje imortalizado no filme documentário "O Sol Caminhando Contra o Vento", de Tetê Moraes e Marta Alencar, jornalistas que trabalharam com Reynaldo Jardim na época.

Na grande imprensa teve passagem marcante na "Última Hora", "Correio da Manhã", onde criou o "Caderno de Educação"; na "Folha de S. Paulo"; no O Estado de São Paulo e tantos outros jornais de produção avulsa, ao longo de sua vida profissional.

Na televisão, sempre arregimentando novos talentos, colocou no ar o jornal 'Expresso Sete', exibido pela TV Continental, Canal 9, no Rio de Janeiro; em 1966, colocou a TV Globo como campeã de audiência ao instalar uma câmera no terraço da emissora e transmitir, ininterruptamente, as imagens da enchente no Rio de Janeiro.

No rádio também deixou marcas de sua mente inovadora, ao inventar o personagem Big Boy, para renovar a programação ultrapassada e levantar audiências da Rádio Globo, além de outras mudanças propostas e executadas na Rádio Nacional, mesmo sem o reconhecimento de autoria ao poeta e na rádio JB, onde inventou a fórmula 'música e informação'.

Ao chegar a Brasília, Reynaldo colaborou com o Correio Braziliense e participou do Governo do Distrito Federal, a convite de José Aparecido de Oliveira, quando dirigiu a Fundação Cultural do DF. No Ministério da Cultura, criou o Jornal da Cultura.

Também realizou trabalhos de escultura, gravuras e desenhos, além de ter publicado quatro livros de poemas e escrito para revistas e outras publicações brasilienses.

Reynaldo Jardim da Babilônia

Por Luis Turiba

"Ser de mim antigamente/ Não é saber de onde sou/ Cheguei da noite futura/ Amanheci feito flor."

O poeta Reynaldo Jardim, autor do verso acima, faz 80 anos e quer mais. Explodir o sol nos cinco sentidos. Reinventar o kama-sutra. Navegar por mares nunca d´antes navegáveis. Descer o Everest fazendo hai-kais. Reinventar o dicionário e desparafusar o fuso horário.

Reynaldo é uma entidade. Deixou de ser "pessoa física" já há algum tempo. Se transformou em "instituição humana" maravilhosa. Segundo Oliveira Bastos, amigo falecido no último dia 7.11.06, "ele é dissidente de Deus. Se lhe deram a oportunidade (ele não precisa de meios), Reynaldo não muda apenas a galáxias de Guttemberg: muda todas as galáxias do universo."

Merece ser tombado como patrimônio poético brasileiro, dizem. É desses que inventam linguagens. Textuais, gráficas e gramaticais. Suas invenções e produções só agora começam a ser reeditadas para um público maior e para bibliotecas do país inteiro.

Além disso, gosta e participa de cinema. Já fez vários filmes. O último, o documentário "Sol Caminhando Contra o Vento", de Tetê Moraes e Marta Alencar, foi um surpreendente sucesso de crítica.

O filme aborda com olhar enviezado toda a movimentação estudantil de 68 através de um jornal escola experimental que deixou marcas profundas na cultura e no jornalismo brasileiro. "O Sol nas bancas de revista/ Me enche de alegria e preguiça", cantou Caetano Veloso.

Sobre sua múltipla produção, escreveu recentemente o jornalista e pensador goiano Washington Novaes.

"Agora, vejo o Reynaldo pouco, pessoalmente. Mas ele povoa minha casa, minhas estantes, meu jardim. Sobre a mesa da sla, está a pedra lindamente trabalhada por ele com grafismos coloridos...No jardim, a linda bailarina em placas de madeira envernizada, pernas ao vendo, liberdade, desafios aos elementos. Nas estantes, os seus livros."

Para comemorar memorável data, amigos e parceiros se reuniram e criaram a Associação Recreativa Unidos dos Amigos do Reynaldo Jardim - ARREY, entidade responsável pela celebração marcada para os dias 11, 12 e 13 de dezembro - data do aniversário de Jardim -, no foyer do Teatro Nacional de Brasília.

A idéia é montar uma exposição de poemas experimentais, com textos publicados e inéditos, além de peças gráficas, esculturas e documentos como cartas e cartazes e outros tipos de correspondência. Haverá também a entrega do título de Cidadão Brasiliense pela Câmara Legislativa, iniciativa do deputado Chico Floresta; e muitas outras surpresas.

Como a melhor homenagem que um brasileiro pode receber é virar samba enredo, a ARREY está lançando o tema "Reynaldo Jardim da Babilônia conquista as tesourinhas de Brasília". Quem vai puxar é Dinho, cantor da Aruc e do grupo Da Cor do Samba. Este que vos escreve, está construindo a letra cujo refrão anuncia: "O sol há de brilhar mais uma vez/ Reynaldo aos 80 é o nosso rei/ O sol há de brilhar no infinito/ Reynaldo é o coroa mais bonito."


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eNT . Revista Eletrônica Nádia Timm . 2006