jararaca amazônica

Potencial biotecnológico

As espécies pesquisadas pertecem aos gêneros Micrurus (corais), Bothrops, Bothriopsis (jararacas) e Lachesis (surucucu pico de jaca).

Do veneno da jararaca amazônica (Bothrops atrox), por exemplo, espécie responsável por aproximadamente 90% dos acidentes ofídicos na amazônia, foram isoladas substâncias com potencial biotecnológico para serem utilizadas como drogas antitrombóticas.

"Existem várias formas de se tratar a trombose, porém os tratamentos habituais podem induzir processos hemorrágicos nos pacientes. Com essas substâncias que descobrimos, o risco de seqüelas é bem menor", explica Losano.

Além disso, a partir dos venenos estudados, podem-se desenvolver soros contra os efeitos das picadas dessas espécies, o que seria muito útil para as comunidades amazônicas.

Segundo o pesquisador, no Brasil somente se produzem soros antiofídicos no Sudeste, utilizando serpentes da região, e tais medicamentos não são necessariamente adequados para acidentes com serpentes da Amazônia.

Jorge Luis Losano destaca, ainda, que existem inúmeras possibilidades de uso da biodiversidade das florestas brasileiras para a produção de remédios, inclusive contra cânceres, artrites ou reumatismos.

"Descobriu-se um medicamento contra hipertensão a partir de uma substância encontrada em uma jararaca do Sudeste, parente da nossa Bothrops, e atualmente há um laboratório multinacional contabilizando lucros anuais de 2 bilhões de dólares com a venda deste produto", exemplifica.

Os estudos do cientista, que atualmente trabalha na Gerência de Animais Peçonhentos do Instituto de Medicina Tropical de Manaus, renderam-lhe em 2002 o título de doutor pela UnB, onde suas pesquisas foram orientadas pelo professor Lauro Morhy, reitor da universidade.

 

CONTATO
Jorge Luis López Losano, pelos telefones (92) 238 1711 ou (92) 238 4294.
Professor Lauro Morhy, reitor da UnB, pelos telefones (61) 3307 2600 ou 3307 2210.

 

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