Rally da Falta de Solidariedade

t2006 parchies
Sou Renata Dos Santos, jornalista de Goiânia.

Gente,

não fiquem com preguiça de ler, é uma causa em prol de pessoas excluídas que vivem em área rural, help, um trabalhador quase morreu e precisamos fazer alguma coisa para incitar reflexões... omissão de socorro do Rally dos Sertões... que deveria se chamar, como bem disse NádiaTimm, outra colega jornalista, Rally da Falta de Solidariedade.

O nome deveria ser Sertões do Rally... Alguns motoristas abonados chegam botam banca e acham que podem tudo em suas máquinas turbinadas...Esquecem-se que elas só parecem voadoras, podem bater e matar....

Motorista da competição que vangloria-se de ser a maior do Brasil pode estar invadindo a vida de agricultores, atropelando e matando bicho e gente em trechos de deslocamento, onde não há mídia ou câmeras de vigiar para que eles andem na linha.

Em Goiás, a caminhonete L200 Mitshubish nº 215 bateu em cheio na parte de trás de uma S-10 (que não era de competidor), capotando.

O choque foi tão forte que destruiu o carro e quase fez vítima fatal e ocasionou em OMISSÃO DE SOCORRO.

 

Em seguida, piloto responsável pelo acidente e carros de apoio do rally que passavam negaram-se a socorrer a vítima que sangrava a cabeça.

O homem foi socorrido por um fazendeiro da região depois de súplicas por transporte até Padre Bernardo, para onde todos se dirigiam apressados para a glamourosa largada Rally dos Sertões.

 

Felizmente, a vítima não era um carroceiro ou alguém numa lambreta dessas da área rural que seria mais um morto de beira da estrada. Era um geógrafo com máquina digital a tiracolo (ele trabalha com meio
ambiente) que sabe dos seus direitos e conseguiu sair sozinho do carro, que virou lata de sardinha, veículo que teve perda total.

Ele teve acesso aos jornais de sua capital e agora pede apoio não para o seu caso, pois sobreviveu e seu carro tem seguro.

Ele quer que alguém olhe para a situação que pode estar acometendo muitas pessoas por aí em trechos de deslocamentos de ralis no Brasil e no Mundo.

Não é porque distribuem cesta básica na largada ou compram comida na estrada ou dão esmola que ralizeiros podem cometer crimes.

Nesse caso ocorrido em Goiás, dia 9 de agosto último, o motorista ou organizadores do Rally até hoje não ligou para a vítima para desculparem-se.

O Rally jogou a culpa no piloto e este assumiu a culpa apenas em depoimento no jornal e no boletim de ocorrência da PM.

Olá amigos, depois desse resumo, revelo que a vítima é meu marido Sérgio Prudente. Agora estou bem. Quase fiquei viúva perto do Dia dos Pais...

 

O carro do dele foi atingido na parte traseira, numa estrada de chão, area rural pelo carro 215 do Rally dos Sertões. Ele estava trabalhando em zona rural (é geógrafo e agrimensor) local de passagem dos carros rumo à largada próxima dali, em Padre Bernardo, uma cidade pequena perto de Brasília (DF).

Não sei como, mas o piloto bateu atrás de cheio no carro dele, que capotou. Era uma reta grande e acho que igual ele saiu do asfalto no trevo, distante antes dois quilômetros, manteve a velocidade.

O Sérgio saiu sozinho do carro e pediu ajuda aos pilotos - tinha um menino lá que chamava alguém de pai, fato de o Sérgio só se lembrou ontem após os exames que felizmente não detectaram traumatismo craniano -- mas tudo bem ainda não tinha começado a prova, mas quem me garante que não tinham colocado o menino para dirigir.

Mas isso nem saiu no jornal, o que saiu e os repórteres do Jornal O Popular e do Daqui (o primeiro é o maior jornal diário de Goiás) fizeram matéria foi sobre o fato da OMISSÃO DE SOCORRO.

O piloto alegou que era ferimento leve na vítima e, por isso, nem ligou (ele disse no jornal O Popular e no Daqui que não ajudou pois viu que era leve).

Ele poderia ter ouvido as súplicas da vítima que sangrava a cabeça e o braço, poderia ter pedido para os vários carros que pararam da equipe do rally levar o acidentado.

 

 

Depois de meia hora e um pouco zonza, a vítima foi socorrida por um fazendeiro da região, que o levou para Padre Bernardo - a largada seria lá e nenhum piloto que parou no lugar ajudou, a direção do rally disse no jornal que a responsabilidade era do piloto, mas um carro de apoio parou no local e o mecânico só preocupava-se em arrumar o carro do piloto.

Depois que de muitos pedidos o carro de apoio ajudou retirar o carro da vítima do meio da pista, pouco antes do fazendeiro resgatar...Enfim essa é parte da história e os depoimentos dos envolvidos seguem em matérias jornalísticas anexadas.

Peço, por favor, que encaminhem essa quase triste porque ele não morreu, mas triste porque se não for divulgada não contribuirá para mudanças de atitude de homens que esquecem-se do próximo, da noção de valores que lhes tornam cidadãos.

Peço que jornalistas comprometidos com justiça e com a cultura do outro, daquele que vive às margens como trabalhadores da zona rural que não sabem nunca dos seus direitos.

Uma pessoa quase morreu, num trecho de deslocamento, zona rural onde o cotidiano de agricultores (carroceiros na pista, ciclistas, sem terra, pedestres, lambretas de moradores dos sítios locais) é, anualmente, alvo de um rally que preocupa-se apenas em dar proteção, sinalizar com bandeirinhas e distribuir cesta básica em locais determinados e dentro da prova do rally.

No deslocamento, os participantes já estão no clima de rally, correm em alta velocidade, atropelam - este não é o primeiro acidente em deslocamentos do Rally dos Sertões com animais e humanos -- e talvez até matem (não ficamos sabendo e vocês só estão sabendo dessa história porque a vítima é jornalista e está empenhada em divulgar o ocorrido).

Mas quanto as mortes e maiores feridos nos deslocamentos, ninguém n o Brasil e no resto do mundo Paris Dakar vive isso também, me foi dito que em alguns locais muitas crianças e animais que passam na frente dos carros morrem. Será que lá a omissão de socorro dos pilotos também é grande lá fora?

Ou será que eles só salvam se tiver dentro da prova? Ninguém toma conhecimento de nada, tem muito patrocinador envolvido e muito dinheiro, os motoristas são muito ricos.

A grande ou a maioria da população brasileira ou mundial vive às margens, é excluída e nem todo mundo tem acesso aos meios de comunicação de massa para propor reflexões e campanhas como: a direção do rally deve fazer treinamento dos pilotos e campanha intensiva antes da largada nas regiões, colocar comboios para não deixar que pilotos empolgados - esse que bateu participava pela primeira vez no Rally dos SErtões -cometam crimes como a omissão de socorro que são, infelizmente, encobertos pelo clima de glamour e aventura do Rally dos Sertões.

eNT...

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eNT . Revista Eletrônica Nádia Timm . 2007