Estudo e trabalho na Alemanha

Resistir à maratona burocrática já é uma vitória, mas os desafios começam mesmo durante os estudos.

Além da exigência acadêmica, os estudantes precisam ter uma grande capacidade de planejamento para organizar bem o tempo.

Mas o maior problema ainda continua sendo o financiamento dos estudos.

Quem não tem a sorte de conseguir uma bolsa de estudos, tem que trabalhar e estudar ao mesmo tempo.

A legislação alemã regulamenta bem as condições de trabalho para os estudantes estrangeiros, permitindo-lhes trabalhar, no máximo, 90 dias em tempo integral, ou 180 dias, no caso de meio expediente.

As restrições não param por aí. Os estudantes estrangeiros não podem trabalhar mais do que 20 horas por semana nem podem ser autônomos.

Quem conseguir passar por tudo isso e concluir o curso, enfrenta um novo problema: achar um emprego. A lei que entrou em vigor no início de 2005 tornou mais fácil a vida dos estrangeiros recém-formados na Alemanha.

A lei prevê um período de permanência de um ano no país para encontrar trabalho na área de formação, o que até então não era possível.

"Em termos gerais, todo o estudante estrangeiro que concluiu seus estudos pode ficar um ano na Alemanha para tentar achar um emprego ou ocupação que corresponda à área de atuação prevista para o curso.

Esta é uma grande diferença em relação à legislação anterior, segundo a qual um retorno ao país de origem era previsto e obrigatório após a conclusão do curso universitário", explica Dagmar Dahmen, chefe do setor de registro de estrangeiros de Colônia.

A competição no mercado de trabalho é acirrada. Fazer estágios durante o curso universitário ou obter algum outro tipo de qualificação extra ajuda na hora de se candidatar. Para os estrangeiros, então, torna-se uma condição indispensável.

"Os certificados e as experiências extras compõem o perfil do candidato para o mercado de trabalho. Analisamos o seu perfil e conferimos os certificados apresentados para comprovar se o candidato é adequado para o cargo ou a área de atuação que ele especifica na hora de pedir o novo visto de permanência", explica Dahmen.

Passar neste teste ainda não significa ter emprego. Os estrangeiros só podem ser contratados se nenhum alemão ou cidadão europeu tiver as qualificações necessárias para o cargo, pois eles têm prioridade.

"Primeiro temos que verificar se alguém cadastrado na Agência Federal do Trabalho preenche as condições requeridas para o emprego", completa Dahmen.

Enquanto isso, a pressão aumenta para os estrangeiros, já que o dinheiro vai acabando. No entanto, os recém-formados ainda podem "fazer bicos". As condições de trabalho são as mesmas dos estrangeiros que ainda estudam.

"Por exemplo, os estrangeiros recém-formados podem trabalhar como motorista de táxi ou garçom. Porém, ele têm que comprovar que estão mesmo em busca de um emprego que corresponda às qualificações obtidas com o curso universitário", esclarece Dahmen.

O último obstáculo: o período de permanência

Quem não conseguir encontrar um emprego, deve deixar a Alemanha até um ano após a conclusão do curso.

Quem tiver sucesso e conseguir um trabalho, ainda tem mais obstáculo pela frente: o período de experiência ou o estágio probatório.

"O tempo determinado no contrato para o período de experiência é determinante para a concessão do primeiro visto de permanência e, conseqüentemente, para a permissão de trabalho. Quando o contrato for renovado por tempo indeterminado, o visto e a pemissão podem ser, então, prorrogados por dois anos", explica Dahmen.

Para aqueles que não conseguiram um emprego ou não acreditam ter chances no mercado de trabalho alemão, só há uma alternativa: fazer as malas e voltar para o Brasil.

Fonte: DW Online - Redação Brasileira, Bonn

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