Guterres pede resposta humanitária sustentável para o Iraque

"A dimensão humanitária do problema não pode ser negligenciada por mais tempo", disse Guterres aos representantes de mais de 60 países durante a abertura da Conferência Internacional sobre a Crise Humanitária no Iraque, organizada pelo ACNUR, em Genebra.

"As necessidades humanitárias dos 4 milhões de iraquianos refugiados e deslocados no seu próprio país são óbvias, e é um imperativo moral ajudá-los. Todos nós - representantes de governos, organizações internacionais e sociedade civil - estamos agora compelidos a agir".

Dirigindo-se a mais de 450 participantes de governos e organizações internacionais e não-governamentais, Guterres lembrou que apesar de o conflito iraquiano ser o que desperta maior interesse da mídia mundial, ele representa a crise humanitária menos compreendida pela opinião pública internacional. Apesar de os aspectos políticos e militares do conflito serem bastante abordados, "muito pouca atenção tem sido dada à tragédia humanitária".

Guterres, que preside a conferência, estava acompanhado na sessão de abertura pelo sub-Secretário-Geral da ONU para Assuntos Humanitários, John Holmes; do Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para o Iraque, Ashraf Qazi; e do Diretor Geral do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Angelo Gnaedinger.

"A escala dos problemas fala por si só", disse Guterres. "É o mais significante deslocamento humano no Oriente Médio desde os dramáticos eventos de 1948", afirmou o Alto Comissário em referência à criação do Estado de Israel.

"Um em cada oito iraquianos deixam suas casas. Cerca de 1,9 milhão de iraquianos estão deslocados dentro do Iraque e mais de 2 milhões estão em outros países", completou.

"Se esse massivo movimento populacional continua esquecido pela mídia, isto acontece em parte porque grande parcela dos iraquianos não está indo para campos de refugiados, mas sendo absorvidas por comunidades no Iraque e nos países vizinhos", afirmou Guterres, em referência à Síria, à Jordânia e outros países próximos ao Iraque.

"Essas comunidades têm carregado um extraordinário peso, e o sofrimento dos deslocados aumenta a cada dia", acrescentou.

Durante o encontro, Guterres lembrou que os problemas humanitários são "sintomas de uma doença cuja cura só será possível pela via política".

"Esta conferência é apenas o primeiro passo no que esperamos ser um diálogo sustentável e abrangente, uma resposta coordenada à crise humanitária no Iraque", disse. "Isto inclui apoio financeiro, econômico e técnico, além da ampliação das oportunidades de reassentamento para os mais vulneráveis", disse o Alto Comissário.

Guterres disse ainda que é essencial que os países da região, além de oferecer proteção aos iraquianos - mantendo suas fronteiras abertas e assegurando que as vítimas não serão forçadas a retornar para uma situação de perigo -, devem garantir acesso aos serviços básicos e materiais de urgência.

"Tenho pedido aos países que garantam a proteção daqueles que buscam refúgio em seus territórios. Acredito que os iraquianos que escapam do conflito e da insegurança no seu país se encaixam na definição de refugiado. Para mim, mais importante que a terminologia, é a proteção oferecida àquela pessoa".

Mesmo reconhecendo o ambiente de insegurança no Iraque, Guterres afirmou que as agências humanitárias precisam encontrar caminhos para atender as necessidades específicas dentro do Iraque e lembrou que o ACNUR tem aumentado suas atividades no Iraque, bem como nos países vizinhos.

"Dentro do Iraque, deve ser feito o possível para evitar mais conflitos", ele disse. "Nós conhecemos muito bem as consequências devastadoras do sectarismo descontrolado. Esforços precisam ser feitos agora para evitar o deslocamento e o exílio sem fim".

A Conferência Internacional sobre a Crise Humanitária no Iraque, organizada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, termina amanhã com um novo pronunciamento de António Guterres.

Saiba mais sobre o evento em http://www.unhcr.org/news/NEWS/4624b0814.html

ACNUR Brasil
Assessoria de Comunicação
(61) 3367-4187

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