Muralha sino-brasileira
“Seria fundamental o governo investir, mas isso implica custos altos, pois seria necessário enviar alguém para a China para entender a cultura daquele povo e, só a partir daí, o Brasil exportaria produtos que se adeqüassem àquele mercado”, diz a pesquisadora. Hoje, os produtos mais exportados para a China pelo Brasil são minério de ferro, soja e derivados. Um dos sonhos dos produtores nacionais é vender café para aquele país, algo totalmente fora da cultura dos chineses. O trabalho de prospecção, segundo Raquel, só poderia ser feito pelas grandes empresas que já têm uma estrutura consolidada e capital para investir. Mas, como as empresas brasileiras são, em sua maioria, de pequeno e médio porte, a aproximação fica limitada. Projetos de cooperação técnica entre universidades brasileiras e chinesas, na área de ciência e tecnologia, também são uma sugestão da bacharel em Relações Internacionais para aproximação com o país asiático. Sem dúvidas, a língua ainda é a maior barreira para os chineses se relacionarem com o Brasil. Por isso, eles apreciam quem sabe falar o mandarim. Se a língua é um entrave, pelo menos na Organização das Nações Unidas, as opiniões convergem em 95% dos temas discutidos. As diferenças culturais marcantes mostram-se até nos acordos comerciais. Até 1990, a China firmava seus tratados sem documentos, apenas em acordos informais. Mas quando entrou para a Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2001, passou a burocratizar esse processo para se adequar ao resto do mundo. Economia – Nos últimos 25 anos, o Produto Interno Bruto (PIB) da China aumentou cinco vezes e as exportações saltaram de 20 bilhões para mais de 300 bilhões de dólares em 2002. O país mais populoso do planeta também recebe mais investimentos externos que qualquer nação. Em 2003, conseguiu atrair 52,7 bilhões de dólares. Um dos setores mais atraentes é o automobilístico. Apesar do acelerado crescimento econômico, o maior desafio dos chineses é a desigualdade social. Dois terços dos chineses vivem em áreas rurais muito pobres e a renda per capita é compatível com as piores do terceiro mundo. Família – A China implementou rígidas leis de controle de natalidade nos anos 1970. Cada casal poderia ter apenas um filho. Com isso, o índice de natalidade caiu. Na virada do século era de 1,2 bilhão de pessoas. Hoje a China sofre com o baixo número de mulheres para cada homem. São seis homens para uma mulher. Religião – O governo comunista da China garante a seus cidadãos a liberdade de credo, mas isso não ocorre na prática: a perseguição religiosa ainda existe. A seita Falun Gong, que mistura idéias de budismo e taoísmo, é um dos alvos. Além disso, a tolerância religiosa dos chineses também não ocorre no Tibete, país ocupado pela China em 1950. O representante do budismo tibetano, Dalai Lama, continua exilado até hoje. Crime – A mudança na estrutura social e econômica do país permitiu o surgimento de ramificações do crime organizado no país. A prostituição, a corrupção oficial, a pirataria de produtos, o contrabando, a extorsão, o jogo ilegal e o tráfico de drogas e armas. Direitos humanos – De acordo com a Anistia Internacional e vários outros grupos de defesa dos direitos humanos, a China fere as convenções globais. Há prisioneiros submetidos a tortura, cárceres precários e julgamentos sem direito de defesa. As execuções são comuns e há ainda campos de trabalhos forçados e alto índice de trabalho infantil. Comunicação – A imprensa chinesa é controlada pelo governo, que restringe a entrada de informações externas ao bloquear sinais de televisão e rádio externos e ao impedir o acesso a sites estrangeiros na Internet. CRONOLOGIA CONTATO
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eNT . Revista Eletrônica Nádia Timm . 2006 |