Leonardo Mais Romântico


por Nádia  Timm
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Leonardo é o nome artístico do cantor goiano Emival Eterno Costa. Elesnasceu no dia 25 de julho de 1963, na cidade de Goianápolis, Goiás.

Passou a infância e a adolescência na roça, plantando tomates e curtindo os poucos momentos de folga com cantorias de clássicos caipiras.

 Em 1983, uniu-se ao irmão Luiz José Costa, conhecido como Leandro, que faleceu em 1998.  Formaram a dupla sertaneja mais famosa do Brasil, no anos 90,  com milhões de discos vendidos, sucessos em vários países sul-americanos e turnês até no Japão.

 

Em entrevista exclusiva, na porta de uma pequena Igreja de Goiânia onde havia participado de missa de três anos da morte do irmão e parceiro, Leonardo teve a delicadeza de me atender no meio do tumulto das fãs. Ele chamou a atenção do segurança que tentou evitar com grosseria, me  empurrando,  a entrevista que havia sido combinada com sua assessoria.

 

Mais bonito pessoalmente do que na tevê, os olhos de Leonardo brilhavam quando o assunto era o novo CD. Satisfeito com o sucesso do Todas as Coisas do Mundo e animado com a participação de Miguel Falabella no show, o cantor se considerava  no melhor momento de sua carreira.

 

De sorriso aberto, estava muito feliz com a versão que fez de Coração Espinhado, do guitarrista mexicano Carlos Santana, Leonardo garantiu que é a lembrança do irmão que lhe dava forças para continuar e que sempre foi "pop-romântico" e, para provar, cantarolou músicas como Entre Tapas e Beijos.

 

 

NT - Quando o novo show virá Goiânia?

 

L- O novo show, acho que o ano que vem. A gente cantou na Pecuária.

 

NT- E a tumê, como está?

L - A tumê começou no mês passado, pelo interior de São Paulo. Depois o Rio de Janeiro. Está lotado de show até na tampa, graças à Deus. A gente não tem do que reclamar.

 

NT - E a parceria com Miguel Falabella?

 

L - Está muito boa! A parceria é muito boa, porque, com certeza, ele é um dos melhores atores e diretores desse Brasil. Ele é muito competente.E juntando a minha competência, lógico, com a dele, só tem de dar um bom show.

 

NT- Tem muita gente falando que você está deixando de ser sertanejo para ser mais pop, romântico. Como é isso?

 

L - Eu e meu irmão (Leandro) sempre fomos pop-românticos. Nós é que lançamos o estilo com Entre Tapas e Beijos, Pense em Mim... acho que eu não vou deixar de gravar romântico nunca.

 

 Nunca gravei só música caipira, nunca. Tem até uma parte de música caipira no meu show novo. Continuo sendo sertanejo. Só deixei de ser dupla  sertaneja por uma infelicidade muito grande.

 

 

 

 

NT - Como surgiu a ideia de gravar uma música do Santana?

 

L - Essa música chegou de última hora. O disco já estava pronto, programado para sair antes do Dia das Mães e, de repente, pintou essa música aí e eu recebi a liberação da versão nos Estados Unidos.

 

Demorou 12 dias para chegar a liberação, atrasou o disco, mas valeu a pena. É a faixa que está abrindo o CD e está muito bem. No interior de São Paulo, a música já está em primeiro lugar e, com certeza, vai arrebentar no Brasil inteiro.

 

 NT -A lembrança de Leandro lhe dá força para continuar?

 

L-Com certeza. Inclusive, estava comentando que, na véspera do seu aniversário de morte, sonhei a noite inteira com ele. Talvez pelo fato de ser o terceiro ano do aniversário da morte dele a gente fica pensando.

 

O dia 23 de junho de 1998 jamais vai sair da minha mente... onde eu esta-

va, onde aconteceu... eu não estava perto na hora, quando a notícia chegou... então, realmente é uma data que vai ficar marcada para sempre na

minha mente.

 

NT -Agora, para a sua sua carreira, como você está avaliando este

momento? Os shows, os discos?

 

L - Acho que atravesso o melhor momento da minha carreira, com um bom disco. O artista tem de acertar no repertório para dizer que tem um bom disco.

 

Esse disco está tocando no Brasil inteiro, duas, três, quatro músicas. É o terceiro disco solo que lanço. Eu estava esperando para ver como seria o Leonardo solo.

 

Então, veio muito forte já no primeiro disco. O segundo foi a confirmação do primeiro e esse agora veio para concretizar e consolidar a carreira.

 

Com certeza é um bom disco, um dos mais vendidos no Brasil hoje. Tenho o

maior orgulho de poder dizer isso. É um trabalho feito com muito amor, muito carinho.

 

São vários dias, várias noites perdidas dentro de um estúdio, trancafiado

lá, gravando, e, quando a gente vê esse sucesso, é uma coisa muito boa.

 

 

NT - Você foi o primeiro músico brasileiro a lançar um DVD.

Já tem a sua página na internet, já está preparando?

 

L - Eu não entendo muito desse negócio de Internet não, mas acho que já tem esse negócio. O negócio meu é mais rádio e televisão. Em internet eu sou meio verde ainda.

 

 

NT - O que você está achando da turma nova do sertanejo no Brasil?

 

L - Tem uma dupla que lancei aqui em Goiás, que é o maior sucesso no Brasil hoje. É a dupla número um hoje, que é o Bruno e Marrone. Tenho o maior orgulho de dizer que fui eu que botei esses dois caboclinhos cantar.

 

Não tem aquela primeira pessoa que dá aquela força? Eu peguei um e apresentei para o outro. Lembro como se fosse hoje, a primeira música que eles cantaram.

 

Foi (cantando), "Moreninha linda/ Se tu soubesses o quanto padece quem tem amor/ Talvez não faria o que faço agora/ Quem te adora não tem valor."

 

Estava eu, o Bruno, o Marrone, seu Deusdete, pai do Bruno, e a família do

Bruno na casa do Bruno quando eles começaram a dupla. E hoje é a dupla nu

mero um do Brasil, com certeza.

 

 

 

NT - E os trabalhos sociais que você desenvolve, como está isso?

 

L - A gente está terminando aqui o Centro de Apoio. Inclusive, está aberto para a imprensa, para todo mundo ver, lá em Aparecida, com um apoio muito grande do prefeito de Aparecida. A gente está pensando em inaugurar agora, no dia 15 de agosto, que é o aniversário do Leandro, esse Centro de Apoio com mais de 50 apartamentos.

 

 

Graças a Deus está muito bonito e, no dia da inauguração, vai estar aberto para vocês mostrarem tudo que vocês fizeram, que nós fizemos juntos, agradeço muito todo o Brasil, todo o Estado de Goiás, pela força que vocês me deram, para a minha mãe, para a gente poder levantar aquele Centro de Apoio.

 

É um orgulho muito grande para mim e a família.

 

NT - Como você concilia a agenda profissional e pessoal?

L - Olha, até no mês de julho é meio difícil. É gravação de disco, lançamento de disco, divulgação e show novo. Na verdade, agora é que estou começando a dar uma respirada e vou poder vir mais para Goiás, curtir as praias do
Araguaia.

Realmente, até no meio do ano é pedreira. Então, já começo sabendo que realmente vai ser difícil. Mas é um difícil assim muito agradável, porque é o trabalho que faço. E se não fizer, o meu público cobra. Então, a gente tem de estar sempre ligado porque até no meio do ano vai ser muita pedreira.

 
 

 

NT - Como está o seu relacionamento com os fãs depois de

tanto tempo, já que eles mantêm ainda a mesma afetividade por você

desde o início da carreira...

 

L - Eu acho que é a mesma coisa de quando existia Leandro & Leonardo. Acho que depois que aconteceu tudo isso fortaleceu ainda mais, porquê eles realmente me pegaram no colo. Carinho muito grande, porque na verdade o que aconteceu foi um sofrimento muito grande para todo mundo.

 

Me deram forças nos momento difíceis... então, hoje, a relação é melhor que

 

antes...

 

NT - Você responde pessoalmente as cartas?

L - Eu e a Ede Curi, dia e noite.E são muitas.

 

 

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 Mais entrevistas no próximo livro de Nádia Timm. Aguarde!

 

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eNT . Revista Eletrônica Nádia Timm . 2007