Ação das orações

sobre as células

O professor Carlos Eduardo Tosta usou como referência um estudo pioneiro de 1988, desenvolvido na Califórnia, no Hospital Geral de São Francisco.

O médico Randolph Byrd pesquisou um grupo de 393 pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) coronariana que recebiam o mesmo tratamento médico.

Eles foram divididos em dois grupos e um deles recebia prece intercessória a distância.

Os resultados da pesquisa mostraram que, após receberem preces, os doentes melhoravam em alguns aspectos.

Eles necessitavam de menos medicamentos como antibiótico e diurético, sofriam menos edema de pulmão e insuficiência cardíaca e quase não precisavam ser entubados para manutenção da respiração.

Na pesquisa realizada na FMD, o diferencial foi o envolvimento de pessoas sadias, no lugar de enfermos.

Participaram 52 estudantes de medicina, divididos em pares do mesmo sexo e da mesma idade.

A idéia era verificar se a prece intercessória a distância poderia alterar a função de células de defesa, como os monócitos e os neutrófilos.

Para a satisfação da equipe, os resultados revelaram que as células de defesa sofreram influência da prece.

Quando os indivíduos que receberam a prece foram comparados com os que não receberam, ou o mesmo indivíduo foi comparado antes e depois de ser alvo da prece, comprovou-se que a prece aumentou a estabilidade da função celular, o que quer dizer que as células funcionaram melhor.

“Quando interpretamos os dados, observamos que a prece teve o papel de induzir equilíbrio e isso faz sentido, já que em medicina equilíbrio é sinônimo de saúde”, explica o pesquisador responsável pelo estudo.

Outra descoberta importante foi a demonstração de que, embora o estresse deprima a função das células estudadas, a prece não reduziu o nível de estresse.

“Antes da pesquisa imaginávamos que o nível de estresse daqueles que recebiam as preces diminuiria, mas isso não aconteceu”, comenta o pesquisador.

METODOLOGIA – A metodologia adotada foi segura e rigorosa: estudo duplo cego (nem os participantes do projeto nem os pesquisadores sabiam quem recebia a prece) e com duplo controle (ora um grupo funcionava como controle, ora outro).

“Falei para os membros da equipe que devíamos ser muito mais rigorosos que nos projetos de pesquisa convencionais”, comenta o professor Tosta.

O estudo foi dividido em duas fases.

No primeiro dia, um par de estudantes preenchia um questionário sobre estresse e o quadro clínico, e tinham suas amostras de sangue colhidas.

O material servia para verificar a capacidade de defesa das células (monócitos e neutrófilos) contra agentes estranhos.

Durante sete dias, um dos estudantes recebia prece diária e o outro não. No sétimo dia, eles deveriam preencher novo questionário médico e de estresse e tornavam a retirar o sangue para testar a função celular.

Após 30 dias de intervalo, todos os procedimentos eram repetidos, com a diferença de que quem havia recebido a prece deixava de recebê-la e vice-versa.

O grupo dos intercessores, formado por 10 pessoas de diferentes religiões, recebia a foto e o nome de uma das pessoas do par que seria alvo da prece.

Eles se comprometiam a rezar durante sete dias pelo indivíduo, da maneira como sempre costumavam fazer, e anotar em um formulário se a qualidade da prece foi boa, média ou ruim.

Os resultados do estudo já foram apresentados na 55ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em Recife (julho 2003) e no Encontro Gaúcho de Espiritualidade e Qualidade de Vida, organizado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, em outubro de 2003.

Para desenvolver a pesquisa, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da UnB, o professor contou com uma equipe constituída por cinco estudantes de medicina da UnB: Luciana Arnaut, Patrícia Taíra, Paula Nascimento, Flávia Medeiros e Luciana Muniz.

CONTATO
Professor Carlos Eduardo Tosta pelo e-mail cetosta@unb.br.
O professor não concede entrevistas a televisões.

 

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eNT . Revista Eletrônica Nádia Timm . 2006