Cultura na Copa

Com o objetivo de intensificar as relações comerciais entre os dois países, o Ministério da Cultura do Brasil aproveitará o campeonato mundial para divulgar a “Marca Brasil” e reforçar a imagem do país no exterior por meio da cultura brasileira.

Para isso, o MinC está elaborando, em parceria com a Embaixada do Brasil em Berlim, o Instituto Goethe e a Casa das Culturas do Mundo, entre outros parceiros governamentais e não-governamentais dos dois países, uma extensa programação cultural que terá shows de música popular e concertos de musica clássica, mostras de artes plásticas, filmes, espetáculos de dança, peças e lançamentos de livros, entre outras ações.

Ao longo de 2006 serão mais de 200 eventos de cultura brasileira com o selo Copa da Cultura realizados em várias cidades da Alemanha para cerca de 3 milhões de alemães e de turistas que visitarem o país durante a Copa, sem contar o impacto na mídia local e internacional.

O Brasil será o único país a aproveitar a Copa para, além de mostrar a sua excelência nos gramados, apresentar a qualidade e a diversidade da sua cultura, procurando ampliar o mercado global para os artistas e produtos culturais nacionais.

Com este programa, o Brasil poderá amplificar a sua visibilidade no exterior, como em 2005, com o Ano do Brasil na França, a maior ação integrada de difusão da cultura brasileira já realizada, que reuniu 15 milhões de pessoas em 436 eventos.

O epicentro da Copa da Cultura será a Casa das Culturas do Mundo (Haus der Kulturen der Welt/HKW), em Berlim, um dos principais centros culturais da capital alemã.

Durante 46 dias, entre 25 de maio e 9 de julho - englobando o período de realização da Copa do Mundo - a cultura brasileira vai ocupar todos os espaços da HWK, com uma programação selecionada por curadores brasileiros e alemães e focada no melhor da produção contemporânea do país.

Além de shows, espetáculos de dança, lançamento de livros e conferências, haverá uma mostra de cinema e produção independente de TV, a exposição Imagem do Som / Futebol e festas com DJs brasileiros e alemães, todos com entrada franca.

Outro centro importante da Copa da Cultura será a Embaixada Brasileira em Berlim, situada num bairro repleto de museus, restaurantes e galerias, que dispõe de um excelente espaço cultural.

Prevista para acontecer de janeiro a dezembro de 2006, a programação da Embaixada terá concertos de música clássica com músicos e compositores brasileiros; uma mostra de cinema com debates reunindo diretores e críticos; lançamentos de livros, a exemplo de uma coletânea de crônicas sobre futebol de Nelson Rodrigues; leituras dramáticas de peças de teatro; e exposições de artes plásticas.

Ainda em janeiro, com abertura programada para o dia 13, outro evento importante marca a programação: a exposição “Fotografia Brasileira Contemporânea”, que ocupará a galeria NBK (Neuer Berliner Kunstverein), de Berlim, principal galeria de fotografia da Alemanha. Sob a curadoria de Alfons Hug, diretor do Instituto Goethe, e de Fernando Cocchiarale, curador do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a mostra reunirá trabalhos de 12 artistas que usam a fotografia como meio de expressão. Depois de Berlim, a exposição seguirá para outras cinco cidades alemãs ao longo de 2006.

A participação da cultura nacional na Alemanha vai além.

O Brasil estará presente em importantes eventos do calendário cultural alemão em 2006, como a PopKomm, maior feira de música independente da Europa, que terá a nossa música popular como tema; a DesignMai, evento que reúne designers de todo o mundo; o Festival de Teatro Brasileiro no Hebbel-Theater am Ufer (HAU), em Berlim, e o festival de documentários, curtas e longas-metragens Brasil Plural, que abre as portas do mercado de língua alemã para o cinema brasileiro, previsto para Munique e mais nove cidades.

Na PopKomm, nada menos do que 26 grupos ou músicos se apresentarão em três dias. E mais: boa parte desta programação será levada para cidades como Munique, Colônia e Leipzig.

Na véspera do primeiro jogo da Copa, no dia 8 de junho, será realizado em Munique o Show da Paz com a participação de músicos brasileiros e de artistas de outros países, cuja renda será parcialmente revertida para Unicef/Brasil e Pontos de Cultura.

Outras ações e eventos também se destacam na vasta programação, como o DOC TV / Futebol-Arte. Com patrocínio da Petrobras e produção da TV Cultura, este projeto terá quatro documentários sobre futebol para exibição na Rede Pública brasileira e alemã durante a Copa. E ainda há a exibição do filme “Pelé Eterno”, de Aníbal Massaini, em todas as cidades e eventos da Copa da Cultura, com dublagem em alemão.

Todos os eventos e ações acima estão confirmados e serão viabilizados com recursos do orçamento do MinC e dos parceiros governamentais e privados brasileiros, de um lado; e dos parceiros alemães, de outro, sendo 50% de cada lado, em média.

O custo total será de R$ 25 milhões. Mas a programação da Copa da Cultura está aberta para produtores culturais brasileiros, residentes no Brasil ou na Alemanha, e patrocinadores dos dois países que queiram apresentar, ao longo de 2006, na Alemanha, projetos já realizados no Brasil e na Alemanha, ou mesmo projetos inéditos.

.Uma comissão de seleção formada por curadores brasileiros avaliará os projetos, que deverão se enquadrar em uma de três categorias: continuidade de projetos de cultura brasileira já realizados previamente na Alemanha; realização na Alemanha de projetos culturais já apresentados no Brasil; e demais projetos realizados na Alemanha em 2006.

Os projetos selecionados concorrem a dois tipos de premiação: em dinheiro, para cobrir parte dos custos previstos, sendo que o valor não poderá ser superior a 50% nem inferior a 25% do custo total informado; inclusão na Programação Oficial do Programa Copa da Cultura, além de menção nos materiais de divulgação, como programas e catálogos. O edital será publicado no Diário Oficial e as informações também estarão disponíveis no site www.copadacultura.gov.br a partir do dia 10 de janeiro.

A Copa da Cultura também será uma oportunidade para os brasileiros ampliarem seu contato com a cultura contemporânea alemã. Sob a coordenação do Instituto Goethe, uma parte significativa da produção cultural da Alemanha estará presente em cidades selecionadas por todo o país, começando em 2006 e atingindo o ápice em 2007, quando o Instituto Goethe terá o Brasil como pais
prioritário de suas ações internacionais. A programação abrangerá literatura, música popular, cinema, artes plásticas e as experiências de vanguarda da Alemanha atual.

A participação do Brasil na Copa da Cultura é coordenada por Sérgio Sá Leitão, da Secretaria de Políticas Culturais do MinC, e tem como gerente Érlon José Paschoal, também do MinC.

Copa da Cultura / Curadoria

A curadoria da Programação Oficial da Copa da Cultura é bilateral, composta por profissionais do meio artístico brasileiro e por especialistas da Casa das Culturas do Mundo e do Instituto Goethe.

A comissão curadora foi segmentada nos setores de artes visuais, design, cinema, dança, literatura e pensamento, música clássica, música popular e teatro.

Artes Plásticas

Luiz Camillo Osório é professor de Estética e História da Arte na UNIRIO e PUC-RJ. É crítico de arte de O Globo. Curador independente, é autor de três livros (Flávio de Carvalho, Cosac&Naify, 2000; Abraham Palatnik, Cosac&Naify, 2004; Razões da Crítica, Jorge Zahar, 2005). Já publicou vários ensaios críticos em catálogos e publicações sobre arte brasileira no Brasil e no exterior.

Design

Felipe Taborda é designer gráfico formado pela PUC/RJ. Estudou cinema e fotografia na London International Film School (Inglaterra), Communication Arts no New York Institute of Technology (EUA) e Graphic Design na School of Visual Arts (EUA). Professor da UniverCidade-RJ, atua principalmente na área cultural, editorial e fonográfica.

Recentemente, seus trabalhos foram selecionados para os livros Graphic Design for the 21st Century - 100 of the World’s Best Graphic Designers, da Taschen (Alemanha); e World Graphic Design, da Merrell Publishers (Inglaterra).

Cinema

Marcelo Cajueiro é jornalista especializado em cinema e televisão.

Desde 1995 é o correspondente no Brasil da revista norte-americana Variety. Foi um dos criadores, em 2003, do Prêmio de Cinema da Associação dos Correspondentes de Imprensa Estrangeira no Brasil (ACIE).

Integrou a comissão de seleção de longas-metragens do Projeto Petrobras Cultural de 2004/2005. Recebeu o Prêmio Telecine 2005 para o correspondente internacional que mais contribuiu para a divulgação da cultura brasileira no exterior. É mestre pela Escola de Jornalismo da Universidade de Columbia, Nova York.

Dança e Performance

Johannes Odenthal estudou História da Arte e Arqueologia em Colônia, Bonn e Paris.Publicou inúmeros ensaios e livros sobre História da Arte; é co-fundador e editor das revistas “Tanz Aktuell” e “Ballett international”. A ênfase de seu trabalho recai sobre as Performing Arts. Dirigiu festivais em Stuttgart e em Berlim.

É desde 1997 diretor artístico das áreas de Música, Dança e Teatro na Casa das Culturas do Mundo. Editou recentemente pela Editora Theater der Zeit os livros “The Third Body. Das Haus der Kulturen der Welt und die Performing Arts” (2004) -O Terceiro Corpo.

A Casa das Culturas do Mundo e as performing arts, e também “Tanz.de.Zeitgenössischer Tanz in Deutschland – Strukturen im Wandel – Eine neue Wissenschaft” (2005) - Dança Contemporânea na Alemanha - Estruturas em Transformação - Uma Nova Ciência.

Literatura

Flávio Carneiro é escritor, ensaísta e professor de literatura brasileira na graduação e pós-graduação da UERJ.

Nasceu em Goiânia, em 1962, e mora em Teresópolis, na região serrana do estado do Rio. É doutor em Literatura pela PUC-RJ, com pós-doutorado na UFMG.

Publicou os seguintes livros: Da matriz ao beco e depois (Rocco - Prêmio da União Brasileira de Escritores), A casa dos relógios (FTD – Finalista do Prêmio João de Barro), Lalande (Global - Prêmio da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil), Entre o cristal e a chama (EdUERJ), O Campeonato (Objetiva), O livro de Marco (Global) e No país do presente: ficção brasileira no início do século XXI (Rocco).

Escreveu também dois roteiros para cinema: do curta-metragem A noite do capitão, em parceria com Adolfo Lachmarcher, e do longa A princesa de Serendip, com Adriana Lisboa.

Música Clássica

Fiorella Solares é violoncelista profissional há 27 anos. Estudou na Guatemala, nos Estados Unidos e no Brasil. Participou da Orquestra Sinfônica do Palácio de Belas Artes no México, da Sinfônica de Porto Alegre e da Orquestra Sinfônica Brasileira.

Foi fundadora da Orquestra Sinfônica Petrobras, onde permaneceu por 13 anos, nove dos quais como primeiro violoncelo. Desde 1986, é integrante da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Há 10 anos atua como produtora cultural e presidente da Organização Não-Governamental Ação Social pela Música.

Música Popular

Hermano Vianna é doutor em Antropologia pelo Museu Nacional da UFRJ. Publicou os livros O Mundo Funk Carioca e O Mistério do Samba, além de ter sido o organizador da coletânea Galeras Cariocas. É assessor científico da Fapesp. Escreve regularmente na seção Autores do caderno Mais! da Folha de S.Paulo.

Já colaborou com inúmeros jornais e revistas regionais, nacionais e internacionais. Foi membro do júri do Prêmio Sérgio Motta, destinado às artes eletrônicas brasileiras, e curador do festival Carlton Artes e do projeto Rumos Música, do Itaú Cultural.

Criou os seguintes programas de televisão: Programa Legal (TV Globo), Brasil Legal (TV Globo) e African Pop (TV Manchete), entre outros. Coordena o projeto Brasil Total da TV Globo e o website Overmundo, patrocinado pela Petrobras. Faz também a curadoria dos festivais de música Percpan e Tim Festival.

Beth Cayres é socióloga, formada pela Universidade Federal da Bahia e fundadora da BYI Projetos Culturais Ltda. Produtora cultural, idealizadora e realizadora de diversos projetos culturais, trabalha no mercado brasileiro desde 1984.

Entre os projetos realizados estão: Panorama Percussivo Mundial - Percpan (1994/2005), com mais de 230 apresentações de grupos e artistas de 33 países diferentes; Festival África Brasil (2005); e projeto "Letrinha Feliz". Lançou dois livros: Os Tambores da Terra, mostrando vários aspectos de um dos produtos culturais de maior sucesso e repercussão no Brasil; e Tinharé: História e Cultura no Litoral Sul da Bahia (2003).

Teatro

Ricardo Muniz Fernandes é sociólogo pela PUC/SP.

Produtor independente de diversos eventos teatrais, musicais e multidisciplinares, em 2005 foi curador do Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto e responsável pela coordenação geral e co-curadoria da Bienal de Dança de Veneza.

Em 2004, coordenou a produção do evento de abertura do Fórum Social Mundial, na Índia.

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eNT . Revista Eletrônica Nádia Timm . 2006