Sem medo de estacionar

Professor da UnB desenvolve sistema
para que o carro faça baliza sozinho


A baliza – estacionamento na lateral de uma calçada entre dois carros – é vista com muita dificuldade por alguns motoristas.

Há quem chegue a desistir de parar ao ver a necessidade de fazer a manobra. Um automóvel inteligente, capaz de executar essa tarefa sozinho facilitaria a vida dos mais desajeitados.

Pensando nisso, o professor Sadek Crisostomo Absi Alfaro, do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Brasília (UnB), começou a desenvolver um sistema chamado Baliza Automática, que promete otimizar espaços, diminuir a canseira, além de poupar o tempo gasto com o estacionamento.

A ativação é feita por um controle remoto (semelhante ao do travamento das portas), que liga um circuito eletrônico de gerenciamento. O sistema é formado por uma placa encaixada na parte eletrônica do carro, próxima ao motor.

É ela que vai comandar toda a operação de estacionamento, acionando os freios, volante, acelerador e embreagem. Assim, o carro faz o rastreamento, verifica o espaço entre os outros veículos e estaciona.

Sensores ultra-som com aproximadamente um centímetro de comprimento, espalhados por toda a lataria externa do carro, cuidarão para que ele não bata em nenhum obstáculo.

Eles mapeiam o ambiente e emitem sinais elétricos para a placa de gerenciamento, e está dará o comando para que o automóvel ocupe o espaço correto dentro da vaga.

 

BAIXO CUSTO -

Um diferencial dessa invenção é o baixo custo. Ela foi desenvolvida em um carro popular, com motor 1.0 e para ser um item opcional do carro.

O valor total fica em torno de R$ 2,5 mil, menos que um ar condicionado. Para que isso seja possível, o professor utiliza equipamentos baratos, porém robustos e funcionais, na confecção do sistema.

São utilizados circuitos eletrônicos, chips e controladores. Uma idéia parecida, porém muito mais cara, já existe em automóveis da BMW.

Por enquanto, o sistema está sendo desenvolvido para baliza apenas em locais planos. Mesmo assim, o pesquisador não descarta a hipótese de prosseguir com o estudo para terrenos inclinados.

“As equações matemáticas que gerenciam o processo seriam mais complicadas porque, além de acelerar, o automóvel teria que frear e movimentar outros subsistemas”, avalia Alfaro.

Algumas empresas já demonstraram interesse pelo sistema. Mas, por enquanto, o pesquisador prefere manter os nomes em sigilo porque ainda não há nenhuma negociação encaminhada.

O projeto Baliza automática existe há três anos e precisa de patrocínio para ser finalizado. Depois de concluído, Alfaro pretende adaptá-lo para que seja utilizado por deficientes físicos.

Como é dividido em subsistemas (freio, volante, acelerador e embreagem) que podem atuar de forma integrada, o deficiente só se preocuparia em cuidar da direção do automóvel.

CONTATO
Sadek Crisostomo Absi Alfaro pelo telefone (61) 3307 2314 ou pelo e-mail sadek@unb.br

PERFIL

Sadek Crisostomo Absi Alfaro tem pós-doutorado em Engenharia Mecânica e doutorado em Ciência pela Escola de Manufatura Industrial da Universidade de Cranfield (Inglaterra).

É mestre em Engenharia Metalúrgica e de Minas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e atua como professor do Departamento de Engenharia Mecânica da UnB.

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eNT . Revista Eletrônica Nádia Timm . 2006