A dança teatral do ocidente “Mas se a roupa faz o monge, como diz o ditado, podemos separar um elemento indispensável a todos os bailarinos de todas as épocas: o figurino. A partir das mudanças ocorridas no figurino da dança “Bailando na História” pontua mudanças de estilo, fazendo referência a diferentes épocas, gêneros e coreógrafos, que ao inovar nas técnicas e no vocabulário da dança, inovaram também no modo de se vestir para colocá-las em prática, explica Jeane Valadares.
A coordenadora lembra que as primeiras imagens relacionadas ao início do desenvolvimento do balé, não nos permite entrar em contato com a própria essência da dança: o movimento. Nas gravuras, as figuras estáticas com poses sugerem movimentações, mas não há precisão de como elas eram, ou com que música e contagem exatas eram executadas.
“O balé de corte era restrito à nobreza e foi só com a instituição das grandes academias e companhias de balé que vieram a ser preservados os trabalhos dos coreógrafos e as inovações técnicas, repassados cuidadosamente aos bailarinos profissionais”, conta.
A invenção do cinema permitiu que se pudesse registrar com inteireza os bailarinos com os seus diferentes talentos e estilos, dando um acesso a um número bem mais expressivo de espectadores ao que antes era restrito aos teatros.
Jeane Valadares observa que se “há sempre um jeito novo de se olhar o antigo, os figurinos de outras épocas estão nos ajudando a escrever essa história de hoje, que alia tradição, invenção e informação”.
“Bailando na História” também abrange os musicais do cinema e o desenvolvimento de estilos como Sapateado, Jazz e as Danças Urbanas, como o Street e Contemporâneo.
Entre os ícones da dança que trouxeram um novo vocabulário para a dança e inovaram no modo se vestir estão nomes como Isadora Ducan, Martha Graham, Balanchine e Fred Astaire.
Flashes na história da dança:
Dança de Corte – Nas festas e comemorações das cortes não havia distinção entre amadores e profissionais. Com o tempo, mestres de dança foram incorporados às cortes e após darem um toque de refinamento às danças oriundas das aldeias e dos campos, as ensinavam aos nobres. As roupas eram longas e pesadas, e a dança, realizada mais no solo, explorava diferentes formações geométricas, com poucos saltos.
Balé de Corte - criado no século 15, na França, o Balé Comique de la Reine dançava para o entretenimento da corte. As roupas pesadas e exageradas e a cenografia caríssima eram valorizadas. Nas cortes de Luís XIII e XIV a dança tinha um papel vital e continuou a ser cultivada. Os bailarinos dançavam de salto alto, máscaras e perucas, em espetáculos que eram narrados por poesia. O Rei Luís XIV gostava de fazer o papel principal e foi o primeiro a franquear a dança a um público fora da corte.
Minueto – Uma das danças de corte mais refinadas, foi cultivada até o século 18, um reflexo do luxo e dos maneirismos cortesãos. Muito dançada nos salões nobres, no século 19 foi substituída pela valsa.
Lully - diretor da Academia Real de Dança e Música que trabalhava para a corte francesa criou a ópera-balé. Nessa mesma época Molière, autor de comédias, havia inserido números de dança nos seus espetáculos, as comédias-balé.
A morte de Luís XIV coincidiu com a profissionalização do balé. A Ópera de Paris converteu-se no centro musical da dança durante todo o século 18.
Revolucionárias - Duas dançarinas, Marie Camargo e Marie Sallé, deram contribuições importantes para o aperfeiçoamento da arte. A primeira criou o entrechat quatre, o jeté e o pas de basque; encurtou os vestidos até acima dos tornozelos - o que escandalizou as platéias - e calçou sapatos sem saltos.
Marie Sallé aboliu o penteado alto e adornado, o corpinho justo e a saia balão. Soltou os cabelos e vestiu uma espécie de túnica.
Balé dramático - No século 18 apareceu também Jean-Georges Noverre, autor da primeira exposição de leis e teorias do balé, Lettres sur la danse et sur les ballets, considerada até hoje a mais importante obra do gênero.
Noverre criou inúmeros bailados e argumentos, mostrou que o balé não era um mero divertissement, mas uma arte nobre, destinada à expressão e ao desenvolvimento de um tema. Assim, foi ele o criador do ballet d'action, ou balé dramático, no qual a história se conta por meio de gestos e não pela declamação ou pelo canto.
La Fille Mal Gardée - Criado depois da reforma de Noverre, por um de seus alunos. Já é realizado com saias mais curtas e leves, tendo camponeses, e não reis, no papel principal.
La Fille Mal Gardée é considerado um dos primeiros balé de repertório e estreou pouco depois da revolução francesa.
Comédia dell´arte – Criada no século 16 cultivou a expressão corporal e a mímica. Com personagens fixos que conhecemos até hoje como o pierrô e a colombina.
Enquanto o teatro de corte italiano, ao qual não faltavam recursos materiais, promoveu a valorização da cenografia em detrimento da arte do ator e evoluiu para a ópera e o balé, os profissionais da commedia dell'arte, sem recursos para ricas produções, tornaram-se grandes intérpretes.
A ausência de unidade lingüística na Itália pós-renascentista favoreceu o predomínio da expressão corporal sobre o texto.
Tou Tou Romântico - Maria Taglioni sintetizou a linha romântica da época. Coube-lhe dançar nas pontas pela primeira vez e estrear La Sylphide (1832), balé coreografado por seu pai e que se tornaria um marco do romantismo.
A sapatilha de ponta deu às bailarinas a possibilidade de executar proezas técnicas, e o tutu, peça de tule, com um corpete justo que possibilita total liberdade de movimentos, se tornou a indumentária obrigatória da bailarina clássica.
Tou Tou Prato – Ao mesmo tempo em que a técnica francesa e a italiana eram absorvidas pelos bailarinos, instituía-se um estilo russo de balé clássico, que unia e modificava os dois estilos originais.
Tchaikovski consagrou-se como o maior compositor russo, autor da maioria dos grandes bailados de seu país. Talvez o mais prontamente identificado com o balé, o Tou Tou Prato foi utilizado especialmente nas montagens de Marius Petipa, com as música de Tchaikovski, como a Bela Adormecida e O Lago dos Cisnes. Antes, o balé seguia a estrutura de balé de ação, contando uma história através da dança.
No século 20 – a dança abstrata aparece em algumas vertentes:
Isadora Duncan – Foi a primeira a se rebelar contra a rigidez do balé clássico e dançava descalça e com túnicas que lembravam os trajes gregos. Dançava nos bosques e praias.
Neo Clássico – Um meio termo entre a técnica do balé e liberdade de movimentos. Cultivou o uso da túnica.
Martha Graham (foto) – Coreógrafa. Criou a dança moderna, explorando movimentos diferentes, com saias longas e malhas de mangas longas. Tentava através da dança revelar os sentimentos de angústia e desesperança.
Balanchine - Bailarino e coreógrafo russo. Chegou ao ocidente às mãos de Diaghlev, diretor do balé russo e cuja atuação empreendedora ajudou a moldar e revelou diversos talentos ao mundo. Balanchine começou a coreografar a pedido de Diaghlev e criou um estilo inconfundível de dança abstrata. Técnica apurada, formas limpas e apenas colant, meia calça e sapatilha vestiam suas bailarinas. Colants com saias curtíssimas também eram muito utilizados.
Elenco: 150 participantes de oito a 30 anos
Serviço: 02 e 03 de dezembro, às 20h Teatro Goiânia Ingressos 20,00
Ficha Técnica Argumento: Luciana Caetano Desenvolvimento do Roteiro e Pesquisa: Equipe do MVSIKA! Figurinos: Ana Maria Mendonça / Criatto / Ecilda Confecções Iluminação: Júnior de Oliveira Elementos de Cena: Enock Moya Edição de Áudio: Gravadora Araguaia Edição de Imagens e Equipamentos Áudio Visuais: D & M produções Estilos de dança apresentados: Estilo Livre, Balé Clássico Livre, Balé Clássico de Repertório, Moderno, Neo-Clássico, Contemporâneo, Sapateado, Jazz e Street Dance Direção: Delmari de Brito Rossi Coordenação: Jeane Valadares Realização MVSIKA!
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