O Choro
Quem nunca se emocionou ouvindo um chorinho? O termo choro se deve aos sons graves das melodias feitas no violão por músicos que se exercitavam a partir das passagens de polcas que lhes transmitiam os tocadores de cavaquinhos - esse som induzia a uma sensação de melancolia. Essa melodia chorosa é considerada uma das primeiras músicas urbanas, tipicamente brasileira. Nasceu da improvisação e da adaptação dada pelos músicos ao interpretar ritmos estrangeiros como polcas e xotes, por volta de 1870.
Nessa época, os músicos tinham sempre uma primeira atividade e se dedicavam à música apenas depois do expediente – funcionários de repartições públicas, operários têxteis, do comércio ou instrumentistas das bandas militares. Pessoas simples que trabalhavam durante o dia e tocavam à noite por puro prazer. Os chorões eram os típicos boêmios. O músico popular tocava a música importada de seu jeito e foi isso o que a distinguiu rapidamente da música que era consumida em salões e bailes da alta sociedade. Síncopes e quebras eram freqüentemente inseridos nas melodias, o que se tornaria a estrutura básica do choro.
Aliás, a improvisação e a disputa eram elementos sempre presentes nesse gênero musical. Os grupos de músicos, muitas vezes, eram cercados por torcedores desses "duelos", que aplaudiam e faziam coro sempre que um chorão conseguia se safar de uma "engasgada". Os chorões faziam, propositalmente, acordes complicados para "derrubar" os outros músicos. Assim, duas habilidades eram imprescindíveis: percepção para os improvisos e o domínio e a intimidade com o instrumento.
O choro consagrou nomes como Joaquim Antonio Calado (Flor Amorosa), Ernesto Nazareth (Oden, Apanhei-te Cavaquinho), Chiquinha Gonzaga (Atraente, Lua Branca), Patapio Silva (flauta), o mestre de banda Anacleto de Medeiros , o pianista paulista Zequinha de Abreu (Tico - tico no Fubá) e o violonista e compositor João Pernambuco (Sons de Carrilhões). Também Pixinguinha que era tenor, compositor, arranjador, saxofonista e flautista (Carinhoso, Lamentos, 1X0, Ainda me recordo, Naquele tempo, Vou vivendo e Marreco quer água). Além desses, Turunas Pernambucanos, Bonfiglio de Oliveira (pistão), Luiz Americano (clarinete), Abel Ferreira (saxofone), Altamiro Carrilho (flauta transversal), Waldir Azevedo (cavaquinho), Garoto (multi - instrumentista), Luperce Miranda, Jacob do Bandolim e Joel Nascimento (bandolim). eNT... |
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eNT . Revista Eletrônica Nádia Timm . 2006 |