Plugado na Música

Sempre viajando e, no momento mergulhado no projeto de lançamento de uma caixa com vários CDs que será vendida a preço de custo, Egberto Gismonti encontrou tempo e boa vontade para responder a uma rápida entrevista para a eNT Revista Eletrônica.

Músico de alto nível, bem distante dos limitados critérios de mercado, ídolo dos alternativos e cults,  com uma trajetória ultraprodutiva na qual semeou 60 discos, ele é exemplo de dignidade e coerência. Artista de verdade.

 

Nádia Timm - Compositor. Arranjador. Instrumentista. Produtor musical. Uma vida de dedicada a arte, a música, sem fronteiras de linguagem ou de lugar. Qual o balanço que faz de sua trajetória?
Egberto Gismonti - Vale a pena acreditar nos próprios sonhos.



Nádia Timm - Costuma se apresentar no interior do país?

Como é a receptividade do público?
Egberto Gismonti - A receptividade dos públicos nas apresentações no interior do Brasil, ou, no interior dos países que viajo é sempre boa, generosa e fiel.

 

 Aliás, uma das vantagens que se tem após a realização de 60 discos feitos é ter a certeza de que os responsáveis pela produção, pelo estímulo à produção e a manutenção da carreira são as pessoas – no meu caso, as pessoas de muitos países.



Nádia Timm - Tem acompanhado o movimento musical no Brasil?

Ainda é o mais instigante do mundo, como a grande mídia propaga?
Egberto Gismonti - Não sei responder essa questão. Continuo acompanhando alguns segmentos musicais Brasileiros, sobretudo aqueles que tem alguma relação com o que faço e entendo.

 

Quanto à esses segmentos eu acho que seguem criativos, trazendo questões novas e renovando a atenção pelo Brasil.

Nádia Timm - O que acha de Goiânia uma cidade de paradoxos, berço dos sertanejos e casa do rock alternativo?
Egberto Gismonti - Gosto de Goiânia, Goiás, por essas razões, mas por outras também.

É um grande centro do cinema alternativo, curta-metragem; é a cidade escolhida para viver pelo maravilhoso jornalista e historiador Washington Novaes; Goiás é o estado do grande Siron Franco.



Nádia Timm - Como enfrenta impasses contemporâneos como direitos autorais na Web e a pirataria de CDs?
Egberto Gismonti - Esse assunto é longo demais, muito complexo pra responder numa entrevista eletrônica.



Nádia Timm - No momento, quais seus projetos?
Egberto Gismonti - Terminar a caixa de quatro ou cinco CDs que será vendida por valor de custo no mercado Sul Americano.



Nádia Timm - Continua viajando mundo afora? Qual a diferença de trabalhar com música no Brasil e no exterior?
Egberto Gismonti - A música que faço me levou a entender o provérbio “de grão em grão a galinha enche o papo”.

Quero dizer que é uma música que atinge grupos pequenos e médios em muitos países.

Como trabalho em cerca de 40 países diferentes, me apresento em cerca de 15/20 por ano, continuo viajando e tocando para todos os que me possibilitaram viver dedicado àquilo que mais gosto: Música!

Nádia Timm - De que forma a Web interfere na área musical?

É uma revolução, como em outros setores?
Egberto Gismonti - Esse assunto também é muito amplo pra resumir em uma resposta eletrônica.

Aliás, a Web pode ser positiva ou negativa, boa ou má dependendo do seu uso – aliás, como quase tudo na vida.



Nádia Timm - Que tal um recado especial para a nova geração que vive plugada nas novas tecnologias.
Egberto Gismonti - Que descubram as tomadas que possam plugar pessoas com pessoas fora da rede Web; que consigam amigos, livros, parceiros(as) e que sejam felizes.

O resto vem a reboque.

 

Rápido Perfil

Egberto Gismonti, além de instrumentista, também é compositor, arranjador e produtor musical. Teve contato com a música desde cedo. Gismonti é neto e sobrinho de músicos e começou os estudos de piano aos seis anos de idade, no Conservatório de Música de Nova Friburgo (RJ).

No ano de 1968, viajou para Paris e teve como professores Nádia Boulanger e o compositor Jean Baralaque, um discípulo de Schoenberg e Webern. O instrumentista dominou várias formas de teclados (piano acústico, piano elétrico, sintetizador e órgão), violões (de seis, oito, 10, 12 e 14 cordas) e realizou experimentações com vários tipos de tons e sons, utilizando flautas indígenas (ocarina e jacuí), kalimbas e sinos.

Já em 1969, atuou como arranjador e regente da orquestra que acompanhava Marie Laforêt. Assim, fez seu primeiro show internacional, no qual se apresentou no Festival de San Remo (Itália). Nesse mesmo ano, gravou seu primeiro LP, " Egberto Gismonti", lançado pela Elenco, que incluiu no repertório a canção "O sonho".

O compositor foi premiado em 1975, com o Grober Deutscher Schallplattenpreis, ao lançar o Álbum "Dança das cabeças", um dueto com o percussionista Naná Vasconcelos. Quatro anos depois, lançou o LP "Solo", tocando violão de oito cordas, piano e sinos. O disco vendeu 100 mil cópias nos Estados Unidos.

Além de fazer arranjos para grandes intérpretes (Wanderléa, Edu Lobo, Elba Ramalho, Paula Toller etc), o compositor também produziu trilhas musicais para espetáculos de ballet, peças teatrais, exposições de artes plásticas, para o cinema e para a TV. Entre as trilhas de séries de televisão, as mais conhecidas são: "Pantanal" (TV Manchete, 1986), documentário de Washington Novaes, "O pagador de promessas" (TV Globo, 1988), de Dias Gomes, com direção de Tisuka Iamasaki e "Los ramos talleros guaranies" (Espanha, 1998), de Ana Maria Zanotti, contemplado como Mejor Video Iberoamericano no XX Festival de Cine Científico, em Andaluzia.


+ Biografia e Discografia de Egberto Gismonti, clique aqui

 

Ingressos para o show em Goiânia


A entrada é franca, mas todos os shows do Flamboyant In Concert contam com área VIP, no qual são disponibilizadas cadeiras para o público assistir aos shows com melhor conforto.

A partir deste show, os ingressos serão distribuídos mediante a doação de dois quilos de alimentos não-perecíveis. Os bilhetes deverão ser retirados na loja TIM (operadora que patrocina o evento), que fica no segundo piso do shopping. Cada pessoa poderá adquirir até dois convites e não é necessário ser cliente da empresa patrocinadora.


Flamboyant In Concert 2007
O Flamboyant Shopping Center iniciou em março de 2007, sua terceira temporada de shows. A proposta é investir em novos sons e ritmos, ampliando ainda mais, a penetração do projeto junto a outros públicos, especialmente entre os jovens. Por isso, grandes nomes da MPB e artistas consagrados nos anos 80 e 90 integram a programação deste ano.

O Flamboyant In Concert contará com mais seis shows musicais, a serem realizadas entre os meses de maio e outubro. Os shows irão acontecer mensalmente às terças-feiras, na Praça 2 do Shopping, pontualmente às 18h30.


Programação In Concert confirmada
19/Junho - Luiz Melodia

 

Assessoria de Imprensa:

Ana Paula e Silva / Dienys Rodrigues
62.9688-6755 / 62.8405-7213

Fato Comunicação


 

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eNT . Revista Eletrônica Nádia Timm . 2007