Marcos Fayad explica que o objetivo da Cia. Teatral Martim Cererê é oferecer ao público uma visão panorâmica e várias facetas da extensa obra do Federico Garcia Lorca. “Assim, revela-se o músico Lorca que recolheu entre o povo espanhol treze famosas canções a que chamou de “Cantares Populares” e que, no espetáculo apresentaremos em forma de recital”.
O diretor lembra que o Flamenco, mais que música e ritmo, é uma espécie de estado de espírito espanhol cantado e dançado ao som da guitarra espanhola. “No nosso espetáculo a guitarra espanhola será substituída pela viola caipira e o Flamenco se transmudará em catira goiano”.
SOBRE FEDERICO GARCIA LORCA: “Nasceu em Fuente Vaqueros, Espanha, dia 5 de junho de 1898. Possivelmente seja Lorca o poeta mais universal da língua espanhola contemporânea, rivalizando sua obra, no que respeita a reconhecimento global, com o Don Quixote de Cervantes”.
Seu gênio inesgotável e explosivo o fez poeta, dramaturgo, ensaísta, ator, diretor, músico, desenhista e compilador de tesouros populares, e assim como sua obra pública é conhecida e admirada por uma grande maioria, muito de sua vida privada permaneceu envolta em uma cortina de mistério.
As especulações sobre sua sexualidade, por exemplo, seguem ainda provocando controvérsia, inclusive à luz de biografias tão extensas como as de Martinez Nadal, seu amigo pessoal, e os volumes magistrais e mais recentes de Ian Gibson.
Este último examina, extensa e detalhadamente, o amor desesperado do poeta pelo pintor Salvador Dali, sua tortuosa relação com o escultor Emilio Alardeen Perojo e, em seus últimos anos, sua paixão por Rafael Rodrigues Rapún.
O melhor é recorrer a sua obra El Público para descobrir o desespero escrito por suas próprias mãos. Lorca foi assassinado pelos fascistas em 1936. ( Yayo Grassi)
Nota: Tempo depois, segundo Gibson, um tal Manuel Luna, um dos criminosos, escreveu uma carta a um tal Melchor Fernández com estas repugnantes palavras:
“Em Granada eu me distingui bastante. Fui um dos que assistiram, numa manhã de agosto, o fuzilamento, no cemitério, diante das covas abertas, de setenta vermelhos, todos eles bandidos, assassinos, criminosos, violadores, incendiários...e gozei muito, muitíssimo. porque mereciam. Fizemos uma boa limpa...
Alguns dias depois pegamos o canalha do Garcia Lorca – o pior de todos – e o fuzilamos na Vega, junto a uma árvore. Que cara ele fazia! Levantava os braços para o céu. Pedia clemência. Como nós rimos vendo seus gestos e seus gritos!” Por volta das 4 horas da madrugada do dia 19 de agosto de 1936, Federico Garcia Lorca foi assassinado pelas costas, junto a umas oliveiras do chamado barranco de Visnar.
ROTEIRO DAS CENAS
CENA 1- Prólogo: Poema emocionado da brasileira Hilda Hilst para Federico Garcia Lorca chamando-o de irmão de todos poetas do mundo.
CENA 2 – Cantares Populares : canções recolhidas e harmonizadas por Garcia Lorca entre o povo espanhol. Aqui a guitarra espanhola dá lugar à viola caipira e ao violão e o Flamenco se transmuda em nosso catira goiano. As Canções: -En el Café de Chinitas -Las Tres Hojas -Los Pelegrinitos -Los Reyes de la Baraja -Los Mozos de Monleón -Anda Jaleo -Los Cuatro Muleros -Las Morillas de Jaén -Zorongo
CENA 3 – “El Público” (1933)- Ainda inédita no Brasil e sua obra mais misteriosa e transgressora só revelada após sua morte.
É algo mais que o primeiro drama ocidental que leva à cena com franqueza quase brutal e poética o tema do amor homossexual em clima de profecia e pesadelo.
É sua obra mais controversa, audaz e revolucionária e foi seu último texto escrito para o teatro, terminado poucos dias antes de seu assassinato. Desta obra Garcia Lorca dizia: “É a melhor que escrevi para o teatro”.
Nunca foi encontrada a versão definitiva de El Público que Garcia Lorca entregou a um datilógrafo anônimo para ser passada a limpo. Está perdida. A versão que apresentamos foi salva e editada por Rafael Martinez Nadal baseada num único manuscrito conhecido, cheio de emendas e escrita em papel de cartas do Hotel La Unión de Havana, Cuba.
Em muitos sentidos El Público é uma obra excepcional: transcende os limites impostos pelo surrealismo; pelo tratamento, tão adiantado em seu tempo, do homo-erotismo e pela quase infinita variedade de leituras que permite ao leitor/espectador.
CENA 4- “Retábulo de Don Cristóvão e Dona Rosita” (1931) puro teatro de guinhol, popular e farsesco. Aqui encenado nos moldes da comédia del’arte.
CENA 5- “Bodas de Sangue - De “Bodas de Sangue”, (1933) sua obra mais conhecida e famosa, extraímos a cena do confronto entre o amor e a morte brilhantemente expostos na cena do casamento.
CENA 6 – Epílogo - O espetáculo termina com um rápido painel sobre a guerra civil espanhola e o fuzilamento de Lorca como metáfora da morte de todos os homens que ousam ser diferentes. Há depoimentos poéticos de Pablo Neruda e do poeta Júlio Benavente, escritor agraciado com o Prêmio Nobel, grande amigo de Federico Garcia Lorca.
ELENCO E FICHA TÉCNICA
Adélia Rassi
Newton Murce
Danilo Alencar
Lio Veloso
Sabah Moraes
Marcus Gouveia
Karla Galvão
Jordanna Milhomem
Músicos: Deuler Andrade : Direção Musical (viola, violão, percussão) Gustavo Ribeiro: (viola, violão, percussão)
Roteiro e Direção Geral: Marcos Fayad
Figurinos_______________________Mariene Mesquita Cenários_______________________ Sander Siqueira Iluminação_____________________ Cláudio Roberto Coreografias____________________ Coletiva Catiras_________________________ Liomar de Jesus Programação Visual____________ Marco Chagas Costureira_____________________ Anália Mesquita Assistente de Produção_________ Cristiane Dornas Aula de Espanhol______________ Mara Públio Veiga Jardim Produção_______________________ Marcelo Carneiro (Arte Brasil Eventos)
Serviço:
Espetáculo Café Cantante Punhal Reluzente, De Federico Garcia Lorca Tradução, adaptação, roteiro e direção: Marcos Fayad
Dia 21 de junho - quarta-feira às 20h, para convidados Dia 22 de junho - quinta-feira às 21h, ingressos 8 reais, quatro a meia
Teatro do Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro Rua 3, Centro, Goiânia, Goiás
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eNT . Revista Eletrônica Nádia Timm . 2006 |