Americanos no papel de bandidos

O herói do filme é o espião Polat Alemdar, que invade o norte do Iraque com um pequeno grupo de homens para vingar a morte de um soldado turco, que se suicidara depois de ser preso por americanos.

No caminho, o grupo se alia com iraquianos e aniquila um grupos de soldados americanos liderados por um oficial rebelde que se diz enviado de Deus.

Humilhação nacional

A obra mistura ficção com alguns fatos históricos.

A primeira cena retrata um episódio real: a prisão, em julho de 2003, de soldados das forças especiais turcas por tropas dos Estados Unidos.

Eles estavam em Sulaymaniyah, no norte do Iraque, e foram detidos e levados encapuzados pelos americanos, sob a mira de armas.

A partir daí, a ação gira em torno de americanos maus contra turcos bonzinhos.

Há tropas americanas massacrando civis em um casamento, bombardeios a mesquitas e abusos reais, como a tortura de detentos na prisão de Abu Ghraib.

O roteirista, Bahadir Ozdener, afirma que o filme "é uma forma de ação política".

Segundo Ozdener, 60% a 70% do que acontece na tela é verdade. "Turquia e Estados Unidos são aliados, mas queremos dizer a dura verdade ao amigo", diz.

Em um país de maioria muçulmana com uma aliança antiga com os Estados Unidos, o filme está atraindo enorme interesse e um debate sobre se ele pode ajudar a reacender o antiamericanismo na Turquia.

Num dos maiores cinemas multiplex de Istambul, ele está em exibição em cinco salas diferentes e, assim mesmo, quase todos os ingressos foram vendidos com antecipação.

"Voltei para assistir pela segunda vez", diz um estudante. "É antiamericano, mas nós já sabemos o que eles fizeram no Iraque. A realidade é essa. Agora podemos vê-la nas telas."

fonte: BBC

eNT...

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eNT . Revista Eletrônica Nádia Timm . 2006