Prevenção das fissuras orais

O trabalho agora realizado através do Programa de Prevenção de Fissuras Orais, que conta também com a participação do Centrinho de Bauru (SP) e do Hospital das Clínicas de Porto Alegre (RS), objetiva definir qual a dosagem mais eficaz para a prevenção das fissuras lábio palatais, que também são uma deficiência de formação do tubo neural.

Os estudos iniciados em novembro de 2005 podem levar de um a três anos.


Na unidade das Obras, a intenção da equipe de pesquisadoras é contar com pelo menos 100 voluntárias que tenham entre 16 e 45 anos, em grupo de risco – devem apresentar algum tipo de fissura, labial ou palatina, ou já ser mãe de um fissurado.

As participantes do estudo, após a realização de entrevista e recebimento de informações sobre os detalhes da pesquisa, serão divididas em dois grupos que receberão gratuitamente comprimidos contendo doses diferentes do ácido fólico: 0,4mg ou 4mg.

Nem pesquisadores nem voluntários sabem qual dosagem é dada a cada pessoa – esta informação fica apenas sob o controle dos pesquisadores em Iowa.

Os comprimidos devem ser tomados até o terceiro mês de uma possível gestação, período em que o feto humano já está completamente formado.


Isso explica a restrição a mulheres que já tenham feito laqueadura ou que, por outro motivo, não possam engravidar.

“A pesquisa busca medir qual a dosagem de ácido fólico mais eficaz na prevenção dessas más formações que ocorrem durante a gestação.

Por isso a importância das voluntárias ainda poderem engravidar”, justifica a fonoaudióloga Fernanda Queirós, uma das responsáveis pelo programa na OSID.

Também é vedada a participação de mulheres com outras síndromes associadas, que façam uso de medicamentos para conter convulsões, pois estes alteram os efeitos do ácido fólico, ou que sejam casadas com primos ou outro parente próximo.

Até o início de janeiro, as pesquisadoras do Centrinho já haviam conseguido a adesão de 22 voluntárias, todas em tratamento ou com passagem pelo núcleo. Todas as dúvidas podem ser tiradas pessoalmente ou pelo telefone 0800-284-5284.


Incidência –

As fissuras orais não-sindrômicas ocorrem aproximadamente 3,6 em cada mil nascimentos entre americanos, e são progressivamente menos comuns em asiáticos (2,2 / 1.000, japoneses; 1.7 / 1.000, chineses), caucasianos (1/1000) e afro-americanos (0,3 / 1000).

O tabagismo e fatores nutricionais maternos são apontados como um dos principais fatores que favorecem a incidência das fissuras.

Há uma diminuição dos riscos de fissura em mulheres que, durante a gravidez, fazem uso de ácido fólico e suplementação vitamínica.

A eficácia do ácido fólico na prevenção de defeitos do tubo neural já foi comprovada em vários estudos que mostram que o uso de 0,4mg previne ocorrências primárias e 5mg diminui os riscos de recorrência.

 

O Centrinho


Inaugurado em 1998, o Centro de Reabilitação de Anomalias Crânio Faciais, o Centrinho, é a segunda maior unidade do país na recuperação de fissurados e é referência para o Ministério da Saúde no atendimento a pacientes dos estados do Norte e Nordeste.

O atendimento multidisciplinar investe na recuperação integral e possibilitou a realização de 134.416 procedimentos em 2005 (cerca de 11.200 por mês), 50 mil a mais que em 2004.


As anomalias crânio faciais provocam danos físicos que se refletem no sistema respiratório, auditivo, digestivo, dentição e na articulação da fala, além de um forte impacto psicológico trazido pelo preconceito.

Esse quadro se agrava quando as anomalias não são tratadas no primeiro ano de vida do paciente – problema que ocorre mais comumente nas camadas carentes da população.

Dos casos ocorridos no Centrinho da OSID, 94,69% ocorrem entre indivíduos de baixa renda, sendo que 66,48% foram classificados como muito pobres.

Destes, 67,13% vêm do interior da Bahia e 37,38% têm entre zero e cinco anos. A maioria dos casos (69,2%) é de pacientes que têm entre zero e 20 anos.


Contato:
Programa de Prevenção de Fissuras Orais (Centrinho/Osid): 3310-1689

Ascom / OSID
Ana Calazans e Davi Lemos
(71) 3310-1108 ou 3310-1267
comunicacao@irmadulce.org.br

www.irmadulce.org.br

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