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Amplo panorama da arte

O artista goiano Pitágoras é um dos vencedores do 3º Salão Nacional de Arte de Goiás, que começa hoje no Flamboyant. Exposição reúne obras de 46 artistas de vários Estados

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O artista plástico goiano Pitágoras é um dos vencedores da terceira edição do Salão Nacional de Arte de Goiás, 3º Prêmio Flamboyant. Ontem à noite, em solenidade, também foram anunciados os outros premiados do Salão: os cariocas Márcio Botner, Pedro Agilson e Luiz César Monken, o pernambucano Carlos Melo e o paraibano Fabiano Gonper. Todos apresentaram instalações e cada um receberá R$ 10 mil.

Pitágoras apresenta um conjunto formado por 120 desenhos sobre publicações, enquanto Márcio Botner e Pedro Agilson criaram a instalação Caixa Cor que questiona o circuito de arte utilizando a informática. Luiz César Monken, em JC 14, usa fotografias e recursos de luz. Carlos Melo documentou, também em fotos, uma performance em volta de um tronco de Pau-Brasil. Fabiano Gonper em seu trabalho Gonper Museum criou no plano, um espaço inusitado para desenhos sobre tecido.

O curador do evento Aguinaldo Coelho avalia que o Salão ultrapassou as expectativas. “Além de proporcionar ao público um painel e o contato com as obras, trabalhamos no sentido de dar visibilidade aos artistas goianos e o júri considerou o nível excelente”, afirma. “Dentro dos frutos, ficou a perspectiva concreta de artistas locais ingressarem no acervo do MAM do Rio de Janeiro. Gilberto Chateaubriand ficou impressionado com a produção e nunca tinha feito uma aquisição tão grande, em um só lugar, em tão pouco tempo”, comemora Aguinaldo Coelho.

A obra do goiano Edney Antunes abre a coletiva, na qual predominam instalações e fotografias. O artista mostra a instalação Q-Oração, composta por casinhas de acrílico, textos, orações, granadas e relógios.

Entre os trabalhos tridimensionais, se destaca a obra Qual É o Seu Lugar?, do gaúcho André Venson, que traz, em escala menor e em madeirite, a torre do Atheneu D. Bosco.

Diálogo de linguagens

Gilmar Camilo, responsável pela montagem, aponta as seis fotografias de desenhos bordados sobre a pele, da dupla Suzi Ayumi Okamoto e Karlla Girotto, como uma das obras mais impactantes da mostra. “A idéia foi ligar as linguagens onde houvesse possibilidade de diálogo, da mais tradicional com a mais contemporânea”, explica Gilmar. Entre as obras interativas estão o Berimbal Digital inventado pelo mineiro Paulo Nenflidio, os carimbos da brasiliense Syan de Mattos e Sol: Happy Birthday to You, do brasiliense, Gladstone Machado.

O participante mais jovem é Marcone Moreira, natural de Marabá, no Pará. Ele apresenta três peças construídas a partir de madeira de carroceria de caminhão. Entre as técnicas tradicionais, dois gravuristas merecem o olhar mais atento do espectador: a série de xilografias eróticas, chamada Sede de Amar, do paulista Márcio Pannunzio, e o conjunto Armando Chuva, de Rosângela Dorazio.

A exposição que reúne 46 artistas de várias regiões do País pode ser conferida até 9 de agosto. São 40 trabalhos, selecionados entre 1.600 inscrições. Os premiados foram escolhidas por comissão formada pelo colecionador Gilberto Chateaubriand, o jornalista Celso Fioravante e o pesquisador e escritor Carlos Fernando Magalhães.

EXPOSIÇÃO Salão Nacional de Arte de Goiás, 3º Prêmio Flamboyant Local: Deck Parking Flamboyant (Av. Jamel Cecílio, 3300, Jardim Goiás, 546-2000) Período: Aberta até 9 de agosto (de 2ª a 6ª, das 10 às 22h, e domingo, das 15 às 21h) Entrada franca