NÁDIA TIMM
WEB SITE
PUBLICA
REVISTA ELETRÔNICA
NT+
ARQUIVOS
 

Pierre Verger em auto-retrato realizado em Salvador, em 1946: fotógrafo terá obras expostas na Bienal do Mercosul

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Arte e ciência

Questões ligadas à genética humana são o mote da quarta edição da Bienal do Mercosul, que começa em outubro em Porto Alegre

Nádia Timm

A relação entre arte e ciência – vinculada à questões ligadas à genética humana – é o mote para a quarta edição da Bienal do Mercosul. O evento também enfocará a interação entre arqueologia e arte contemporânea produzida na América Latina e será realizado no período de 4 de outubro a 7 de dezembro, em Porto Alegre (RS), sob a curadoria de Nelson Aguilar.

Entre as atrações, estão obras do muralista mexicano José Clemente Orozco, do francês Pierre Verger (com a mostra fotográfica Pierre Verger Vê a Bolívia), do chileno Roberto Matta, do argentino Antônio Berni, do brasileiro Saint Clair Cemin e da uruguaia Maria Freire.

O formato da Bienal, centrado no tema Arqueologia Contemporânea, abrange as vertentes denominadas Arqueologia Genética, Arqueologia das Terras Altas e Baixas, com arte pré-colombiana, e a exposição denominada O Delírio do Chimborazo, formada por obras inspiradas no libertador venezuelano Simon Bolívar.

A novidade será uma instalação vinculada ao segmento Arqueologia Genética, criada pelo engenheiro e artista plástico Ary Perez. Ele produzirá o “mapa genético” da Bienal, sob a supervisão de Sérgio Danilo Pena, geneticista e professor do Departamento de Bioquímica e Imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais.

A instalação lembrará a forma de uma trompa de falópio, órgão do aparelho genital feminino. Na superfície de seus 32 metros, serão impressos testes de ancestralidades genéticas dos artistas e agentes culturais participantes da Bienal do Mercosul. No momento, os participantes estão enviando amostras de saliva para o geneticista Sérgio Danilo Pena fazer a análise e repassar o resultado a Perez para a montagem da obra.

Os 77 artistas convidados são provenientes da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai, Uruguai e México. Além de compor as exposições denominadas Representações Nacionais, os países apresentarão seus destaques na Mostra Icônica. A do Paraguai, por exemplo, reunirá gravuras do brasileiro Lívio Abramo, que promoveu o patrimônio cultural das missões jesuíticas.

O Chile é o país com mais nomes nas mostras de representações nacionais, com 11 artistas, seguido pelo Paraguai, com dez. Brasil e Argentina terão nove artistas cada um, o México terá oito e o Uruguai, sete. A menor delegação é a boliviana, com apenas três representantes.

A Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul espera 1 milhão de visitantes aos cinco locais de exposições, a Usina do Gasômetro, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, o Memorial do Estado, o Santander Cultural e os armazéns do cais do porto, todos no centro da capital gaúcha. O custo desta 4ª Bienal está estimado em R$ 9 milhões.

Brasileiros na Bienal

A delegação brasileira terá duas salas. Uma dedicada ao gaúcho Saint Clair Cemim, radicado há 25 anos em Nova York. Ele é o primeiro artista vivo homenageado pela Bienal e vai exibir uma retrospectiva de esculturas, desenhos e aquarelas. Ao final do evento, deixará uma escultura como monumento público em Porto Alegre.

O grupo de artistas selecionados pelo curador Franklin Pedroso é formado por Ivens Machado, Janaina Tschape, José Damasceno, Lygia Pape, Laura Lima, Laércio Redondo, Lia Menna Barreto, Rosana Paulino e Solange Pessoa.