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Largada para o Fica

5ª edição do festival vai privilegiar o cinema que trata do meio ambiente e reduzir as atividades culturais paralelas. Evento foi lançado pelo governador Marconi Perillo

Nádia Timm

Mais cinema e menos atividades culturais paralelas. Esta é a principal novidade da quinta edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica) lançada ontem, em solenidade no Palácio das Esmeraldas. Em 2003, o foco maior é o cinema que trata do meio ambiente. Isso para que o evento consolide sua condição temática e passe a integrar definitivamente o calendário de festivais do gênero. Este ano será potencializada a linguagem cinematográfica, com atividades complementares como oficinas e seminários. O evento será realizado no período de 10 a 15 de junho, na cidade de Goiás.

O grande homenageado do 5º Fica é o cinema novo. Além de Ismail Xavier, um dos maiores teóricos do gênero, que estará presente como membro do júri oficial, o festival vai receber os cineastas Ruy Guerra e Walter Lima Jr. No sábado, dia 14, serão exibidos Estorvo, de Ruy Guerra, e A Ostra e o Vento e Inocência, de Walter Lima Jr. Este último vai ministrar no evento uma oficina de direção.

Também estão confirmados no Fica Beto Brant, diretor de O Invasor, Walter Carvalho, renomado diretor de fotografia, o jornalista Zuenir Ventura e a psicanalista Maria Rita Khel, que fará uma palestra sobre Cinema e Psicanálise, entre outros.

Uma perda significativa na programação é a ausência, na mostra paralela, de filmes goianos. Apesar de não ser voltada para a temática ambiental, a exibição apresentava um panorama da produção local e fomentava a discussão no setor.

A exemplo dos anos anteriores, o cartaz do Fica volta a ser ilustrado com obra de um artista plástico goiano. O escolhido este ano é DJ Oliveira, que emprestou sua tela Saltimbanco. O artista fará, durante o evento, uma exposição no Palácio Conde dos Arcos.

Os organizadores do festival ainda não definiram a atração do tradicional megashow de encerramento. A expectativa, entretanto, volta-se para a participação do cantor baiano e ministro da Cultura, Gilberto Gil, que fechou o 2º Fica, mas ainda não confirmou presença em 2003.

Júri

O júri internacional é “de alta qualidade intelectual”, na avaliação do jornalista Washington Novaes, que preside a comissão julgadora. Além do pesquisador e crítico de cinema Ismail Xavier, também serão do júri o cineasta cubano Rigoberto Lopez e o presidente do festival de cinema voltado para o meio ambiente, em Portugal, Lauro Antônio Leitão.

O grupo vai escolher 18 longas, 9 médias e 18 curtas indicados pela comissão de pré-seleção composta por pesquisadores, escritores e professores universitários goianos. Eles terão a difícil missão de peneirar os trabalhos – já estão inscritos 50 filmes, de 15 países – observando critérios estéticos, além da temática, e apresentar a lista de participantes. Este ano serão distribuídos R$ 280 mil em prêmios, dos quais R$ 80 mil para produções goianas.

“A cultura vem na frente da economia, a cultura abre caminho. O cinema americano é um exemplo. O Fica vende uma imagem do Estado e da cidade de Goiás que tem muita repercussão, além de estimular a produção audiovisual local”, avalia Washington Novaes.

Para atender melhor os milhares de visitantes atraídos pelo Fica – segundo o governador Marconi Perillo foram 250 mil em quatro anos de festival –, os organizadores vão iniciar um trabalho de pré-coleta seletiva do lixo. Também serão instalados 120 banheiros químicos e haverá distribuição de água pela Saneago.

“O Fica é bom porque divulga Goiás e desperta a consciência para aspectos culturais e ambientais. E negativo, principalmente porque no último dia, quando ocorre o megashow, a cidade não comporta os visitantes. É mau cheiro e sujeira. Vamos ver se na próxima edição haverá controle maior”, avaliou frei Marcos, que preside a Associação de Artesãos da Cidade de Goiás e esteve presente no lançamento do Fica.

Inscrições

As inscrições ao 5º Fica ficam abertas até 15 de abril, pelo site http://www.fica.art.br/, ou em Goiânia, na Avenida Tocantins, esquina com rua 12, número 107, Centro, de segunda a sexta-feira, em horário comercial.

JÚRI OFICIAL

Ismail Xavier – crítico e pesquisador de cinema da Universidade de São Paulo

Rigoberto Lopez – cineasta cubano

Lauro Antônio Leitão – presidente do Festival de Cinema Ambiental de Portugal

Zita Carvalhosa – presidente do Festival Internacional de Curtas-Metragens de SP

Henri Gervaiseau – professor da Universidade de São Paulo e principal teórico sobre documentários na América Latina

Mário Borgneti – diretor do núcleo de documentários da TV Cultura, SP

Washington Novaes – jornalista e ambientalista