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O trabalho que integra a coleção Dedinho de Prosa reúne qualidade literária e primoroso projeto visual, com ilustrações do artista Odilon Moraes. O aspecto visual da obra traduz o Rio de Janeiro do século 19, e o desenho bem humorado busca elementos na fotografia, arquitetura e figurino da época. A versão atualizada de persongens marcantes redimensiona o espírito da malandragem nas relações sociais. O enredo composto por cenas divertidas enfoca a conquista do sucesso pela lábia. O protagonista é pobre, porém na base da esperteza, leva na conversa alguns deslumbrados, milionários e influentes personagens. Qualquer semelhança com o cenário atual da vida no país, ou com os alpinistas que pululam nas colunas sociais não é mera coincidência! Lima Barreto também era jornalista e, em sua produção literária, aproveita a experiência nesta área tanto na linguagem, quanto nos temas desenvolvidos. Ele desmascara os frágeis alicerces da sociedade, na qual o status e o dinheiro estão acima de valores humanos, utilizando seus recursos do comunicador. O homem que sabia javanês sintetiza os efeitos da visão medíocre e mostra o quanto de ridículo, e equivocado, existe na concepção que julga pelas aparências, ou se baseia na força de um pistolão. Castelo -- o protagonista -- tem dificuldade para conseguir um emprego e decide se candidatar a uma vaga de professor de javanês porque não teria concorrência. Além de conseguir o cargo, ele cai nas graças de um Barão do Império e ascende como ilustre cidadão, um importante diplomata, recebido por autoridades do primeiro escalão.. O conto integra Clara dos Anjos, um dos livros mais conhecidos de Lima Barreto, que só foi publicado 23 anos após sua morte. Lima Barreto Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em 1881 e morreu em 1922, no Rio de Janeiro. Mulato, filho de pai português e de uma escrava negra - que o alfabetizou - superou muitas dificuldades para sobreviver e desenvolver seu trabalho artístico. Aos sete anos, sua mãe faleceu e aos 14 anos - por dificuldades financeiras - parou de estudar, ao abandonar a Escola Politécnica. Trabalhou como escrevente na Secretaria da Guerra e também dedicou-se ao jornalismo e à literatura. Alcoólatra, sofreu várias internações psiquiátricas. A vivência no meio preconceituoso e limitado do Rio de Janeiro, que na época sediava o poder político no Brasil, repercutiu na produção de sua obra. A linguagem e o humor de Lima Barreto ao pintar as cenas da vida social mantêm a atualidade de sua obra. Suas histórias e personagens são famosos até hoje, transformadas em séries e especiais de televisão. Obras Lima Barreto escreveu 17 livros, entre romances, artigos, crônicas e contos. Entre eles estão Vida e Morte de M. j. Gonzaga de Sá, Recordações do escrivão Isaias Caminha, Numa e a Ninfa, Triste fim de Policarpo Quaresma, Os brazundangas, Histórias e sonhos, Bagatelas, Feiras e Mafuás, Marginália, Diário Íntimo e Clara dos Anjos. Título: O Homem Que Sabia Javanês Autor: Lima Barreto Coleção: Dedinho de Prosa Ilustrações: Odilon Moraes Formato: 21x28 cm, capa dura Páginas: 32 Preço: R$ 27,
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