NÁDIA TIMM
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Valéria Lopes Os acessórios no cabelo são criação de Lúcia Belo. A saia estampada de seda curta e rodada, da Triton, faz dupla com o coturno e lembra o visual de Sabrina Sato. O charme é misturar sensualidade com doses de doçura ingênua

Modelo: Lucilene Caetano - Cabelo e Maquiagem: Evando Filho

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Inverno de pernas de fora

Minissaias prometem reinar na estação fria, em versões variadas e abusando de acessórios como meias coloridas e leggings

Nádia Timm

O inverno de 2003 promete ousadia. Vem aí a onda das pernas de fora, aliadas a acessórios que estimulam a imaginação. Algumas peças como as legging e meias coloridas valorizam as formas femininas, outras – tipo botas de cano longo e coturnos, com salto anabela – têm um toque mais viril. A referência é o estilo de Sabrina Sato, aquela japa gracinha que conquistou o coração de Dhomini durante o BBB3.

Abusada, a moça vestia minis plissadas e saias curtíssimas no período em que ficou enclausurada no programa, fazendo a alegria dos voyeurs. Este tal jeitinho clubber, com ares de colegial super-sexy, ganha adeptas e vai render mais frisson.

Trata-se de uma estética há algum tempo disseminada pelos desenhos animados japoneses, como o Pokémon, explica Mirian Manso, que faz doutorado em Ciências Sociais, na linha de pesquisa sobre moda, e é professora do curso de Design de Moda, da Faculdade de Artes Visuais, da UFG.

“É a ocidentalização de uma cultura tradicional. Uma prova da força da mídia na globalização que permeia tudo. A mini veio da moda inglesa, dos anos 60”, ensina. Foi inventada pela estilista Mary Quant e lançada por Twiggy, a modelo magra e de pernas compridas que virou símbolo da época.

Do túnel do tempo, embalado pelo rock londrino, passando pela telinha oriental para desembarcar nos redutos clubber brasileiros e nas passarelas, foi um pulo. A moçada fashion aderiu e surgem variações sobre o tema. Quando uma tendência está na moda, explica Miriam Manso, ela é reeditada, adaptada às novas condições, “vem com uma marca nova”.

Neste caso, a nova característica é a influência da indústria cultural e da dinâmica que também valoriza aspectos étnicos, expresso em acessórios com aspecto artesanal.

Na opinião do estilista Wagner Leandro da Silva, a moda das minissaias vai pegar pra valer neste inverno, junto com os vestidos de manga longa, tecidos leves com aspecto de couro e os detalhes em veludo e mussoline. “Quem tem estilo pode adaptar. É muito legal”, afirma. Para as mais comportadas, a alternativa é a saia evasê, um pouco abaixo dos joelhos. Mas isto é uma outra história.