OS DEZ FINALISTAS

 

Bangalô , de Marcelo Mirisola – Editora 34

Budapeste , de Chico Buarque – Companhia das Letras

Céu de lona , de Décio Pignatari – Travessa dos editores

Geografia íntima do deserto , de Micheliny Verunschk – Landy

Macau , de Paulo Henriques Britto – Companhia das letras

A Margem imóvel do rio , de Luiz Antonio de Assis Brasil – L&PM

Memórias inventadas – a infância, de Manoel de Barros

Mongólia , de Bernardo Carvalho – Companhia das Letras

Não Poemas , de Augusto de Campos – Perspectiva

O vôo da madrugada , de Sérgio Sant'Anna – Companhia das Letras

 

Bangalô , de Marcelo Mirisola (Ed. 34)

Bangalô é um mergulho profundo na experiência da solidão. O leitor se depara aqui, mais uma vez, com a narrativa em primeira pessoa de Marcelo. Num bangalô em Florianópolis, onde se isola para escrever um livro, o narrador desfia impropérios contra tudo e todos, numa prosa a um só tempo alucinatória e experimental.


Marcelo Mirisola é autor dos livros de contos Fátima fez os pés para mostrar na choperia (Estação Liberdade, 1998) e O herói devolvido (Editora 34, 2000), da novela Acaju: a gênese do ferro quente (Cult. Revista Brasileira de Literatura, nº 39-44), e do romance O azul do filho morto (Editora 34, 2002). Um dos nomes de maior projeção da nova literatura brasileira, afirmou-se como expoente da geração de escritores lançados ao longo da década de 1990

 

Macau , de Paulo Henriques Britto (Companhia das Letras)

O autor retoma sua já conhecida predileção por formas fixas, que vêm acompanhadas de imagens prosaicas e um bom humor folgado. Paulo Henriques dialoga com a tradição modernista — principalmente com Drummond, Bandeira e Mário de Andrade —, mas também com João Cabral. Novidade em Macau é o forte acento biológico de certos poemas. A poesia revela-se, assim, tão vital quanto o repasto que atende à fome ou o líquido que aplaca a sede da existência.

Paulo Henriques Britto nasceu no Rio de Janeiro, em 1951. Professor e tradutor, estreou como poeta em 1982, com Liturgia da matéria . Publicou também Mínima lírica (coleção Claro Enigma, 1989) e Trovar claro (Companhia das Letras, 1997).

 

Budapeste , de Chico Buarque (Companhia das Letras)

Ao concluir a autobiografia romanceada de um executivo alemão, José Costa, um ghost-writer de talento fora do comum, se vê diante de um impasse criativo e existencial. Sem querer, de mera escrita sob encomenda passa a praticar alta literatura. Também meio sem querer, vai parar em Budapeste, onde se enfronha no idioma húngaro. Narrado em primeira pessoa, o livro combina grande engenho narrativo com senso de humor muito particular, e se insere de modo particular e surpreendente no panorama literário brasileiro.

Francisco Buarque de Hollanda nasceu no Rio de Janeiro, em 1944. Cantor e compositor, publicou as peças Roda viva (1968), Calabar (1973), Gota d'água (1975) e Ópera do malandro (1979); a novela Fazenda modelo (1974) e os romances Estorvo (1991) e Benjamim (1995).

 

Céu de lona , de Décio Pignatari (Travessa dos editores)

Peça teatral que tem como protagonista Carolina Augusto Xavier de Novaes, irmã de Faustino Xavier, poeta e amigo de Machado de Assis. Ela vem ao Rio de Janeiro para, supostamente, cuidar de Faustino, que apresenta sinais de perturbação mental. Na realidade, ela quer vingar-se da sociedade que a expeliu e seduz o “Machadinho”, que já alcançara certa fama e sonhava casar-se com uma branca.

Décio Pignatari nasceu em Jundiaí, SP, em 1927. Formado em Direito pela  Faculdade do Largo de São Francisco, foi um dos principais formuladores da poesia concreta, ao lado dos irmãos Haroldo e Augusto de Campos. Suas principais obras, fora as contribuições em diversos jornais e revistas e suas crônicas de futebol, são: O rosto da memória (poesia concreta), Panteros (romance), Errâncias (memórias fotográficas), Poesia Pois é Poesia (poesia completa) e Céu de lona (peça teatral).

 

Geografia íntima do deserto , de Micheliny Verunschk (Landy)

Com linguagem poderosamente expressiva, a autora é capaz de congregar simultaneamente o encantamento, a alegria e o prazer próprios de uma poesia verdadeira. A obra vem apresentada por João Alexandre Barbosa, um dos maiores críticos literários do país, e por Mário Hélio, um dos mais influentes críticos da nova geração no Nordeste.

Micheliny Verunschk nasceu em Recife, em 1972. Desde criança mora na cidade de Arcoverde, no sertão pernambucano, onde dá aulas de história. Seus poemas já apareceram em diversos jornais, na revista Cult e em sites de poesia. Em 2002, participou da antologia Na virada o século, organizada por Cláudio Daniel e Frederico Barbosa.

 

Macau , de Paulo Henriques Britto (Companhia das Letras)

O autor retoma sua já conhecida predileção por formas fixas, que vêm acompanhadas de imagens prosaicas e um bom humor folgado. Paulo Henriques dialoga com a tradição modernista — principalmente com Drummond, Bandeira e Mário de Andrade —, mas também com João Cabral. Novidade em Macau é o forte acento biológico de certos poemas. A poesia revela-se, assim, tão vital quanto o repasto que atende à fome ou o líquido que aplaca a sede da existência.

Paulo Henriques Britto nasceu no Rio de Janeiro, em 1951. Professor e tradutor, estreou como poeta em 1982, com Liturgia da matéria . Publicou também Mínima lírica (coleção Claro Enigma, 1989) e Trovar claro (Companhia das Letras, 1997).

 

A margem imóvel do rio , Luiz Antonio de Assis Brasil (L&PM)


Um historiador de D. Pedro II é enviado ao Rio Grande do Sul pra descobrir quem seria o estancieiro gaúcho Francisco da Silva. No seu périplo pela província, o ponto mais meridional do país, depara-se com os ambientes pesados e retrógrados da velha aristocracia rural, mulheres assombradas por recordações e silêncios, aventureiros em busca de ouro, homens rudes do campo, forasteiros e demais personagens que dão vida a esta obra, escrita por um dos grandes escritores brasileiros contemporâneos.

  Luiz Antonio de Assis Brasil nasceu em Porto Alegre , em 1945, onde vive. Autor de dezesseis romances, entre os quais Videiras de cristal (1990) e Concerto campestre (1998), recebeu várias premiações, como o Prêmio Literário Nacional, do Instituto Nacional do Livro, por Cães da província (1987), o Prêmio Pégaso de Literatura da Colômbia – Menção Especial do Júri por Perversas famílias (1992), o Prêmio Machado de Assis, da Fundação Biblioteca Nacional, por O pintor de retratos (2001), o Prêmio Érico Veríssimo pelo conjunto da obra e vários prêmios Açorianos de Literatura.

 

Memórias inventadas – a infância , de Manoel de Barros (Planeta)


Em Memórias inventadas - a Infância , Manoel de Barros opta, pela primeira vez em sua carreira, pelo texto em prosa. Seus pequenos contos transportam o leitor para o tempo em que as crianças construíam seus próprios brinquedos; apresentam personagens que o ajudaram a ver o mundo de uma forma diferente; revelam como o poeta foi sendo forjado nas histórias que viveu com seus pais, avós e amigos e na sua singular relação com a palavra.A prosa de Manoel de Barros tem como companhia as iluminuras de Martha Barros, pintora e filha do poeta.

Manoel de Barros nasceu em Cuiabá, em 1916. Filho de fazendeiros, aos 13 anos começou a esboçar seus primeiros poemas. O livro de estréia, Poemas concebidos sem pecado , foi
publicado em 1937, quando, aos 21 anos, Manoel já morava no Rio de Janeiro. No início da década de 50, voltou para o Pantanal e assumiu definitivamente a fazenda que fora de seus pais. Entre seus livros mais destacados estão Gramática expositiva do chão , O livro das ignorãças e Retrato do artista quando coisa .

 

Mongólia , de Bernardo Carvalho (Companhia das Letras)

Sétimo livro de Bernardo Carvalho, estrutura-se como um diálogo entre o diário de um fotógrafo desaparecido nos montes Altai e as anotações de um diplomata brasileiro encarregado de encontrá-lo. Os protagonistas se vêem diante de um povo que exercita o misticismo como quem descobre a liberdade depois de setenta anos sob o jugo de uma ditadura comunista. Na Mongólia, a imaginação, antes cerceada, agora ocupa o lugar da memória, que se perdeu pelo uso da força.

Bernardo Carvalho é escritor e jornalista. Nasceu no Rio de Janeiro, em 1960. Pela Companhia das Letras publicou Aberração, Os bêbados e os sonâmbulos, As iniciais, Medo de Sade, Onze, Teatro e Nove noites , este último indicado aos prêmios Jabuti e Portugal Telecom.

 

Não , de Augusto de Campos (Perspectiva)

Poesia em cor e movimento, poemas palatáveis no papel e no livro que expressam sua produção dos últimos dez anos. Não traz ainda versões estáticas de clip-poemas digitais, poemovies pulsados pela animação. Acompanha esse volume de título mínimo Não um CD-Rom pulsante.

 

Augusto de Campos nasceu em 1931 em São Paulo. Poeta , ensaísta e tradutor, foi um dos criadores da poesia concreta. Sua obra poética, iniciada com O rei menos o reino (1951), está parcialmente coligida nos livros Viva vaia (1979, 3ª ed. 2002) e Despoesia (1994). Traduziu poetas modernos, como Mallarmé, Pound, Joyce, Cummings, Maiakóvski, e antigos, dos trovadores provençais aos simbolistas franceses. Tem tido acentuada participação em atividades relacionadas com as novas “mídias”, apresentando seus poemas em painéis eletrônicos, holografias, projeções em laser, animações computadorizadas e eventos multidisciplinares.

 

O vôo da madrugada , de Sérgio Sant´Anna (Companhia das Letras)

O vôo da madrugada traz dezesseis textos em que Sérgio Sant 'Anna conta histórias de grande voltagem erótica, profundidade psicológica e especulação filosófica. O livro traz também a marca do experimentalismo formal que caracteriza a ficção do autor. No final do volume, em contos agrupados sob a denominação “Três textos do olhar”, Sant'Anna combina ensaio e ficção para comentar imagens femininas na pintura e na fotografia.

Sérgio Sant'Anna nasceu no Rio de Janeiro em 1941. É autor de, entre outros livros, O concerto de João Gilberto no Rio de Janeiro (1982), Junk-Box (1984-2002) e, pela Companhia das Letras, A senhorita Simpson (l989), Breve história do espírito (1991), O monstro (1994), Contos e novelas reunidos (1997) e Um crime delicado (1997). Ganhou três prêmios Jabuti e tem livros publicados na Alemanha e na Itália.

 

 
R E V I S T A . E L E T R Ô N I C A
nádia timm