Carlos Vergara é uma figura de destaque na arte contemporânea brasileira e é referência no campo da pintura.  Ousado, inovou logo no início de sua carreira, ao usar técnicas industriais para produzir uma nova figuração, paralela ao pop art desenvolvido em várias regiões do mundo.

A experiência como técnico da Petrobras proporcionou uma familiaridade com materiais e procedimentos da indústria como o plástico, poliestireno, acrílico, papelão corrugado para embalagem, que ele incorporou ao vocabulário da arte.

Além de grande pintor que usa como ferramentas tinta vinílica, acrílica, nanquim e aquarela, tintas industriais, Vergara é considerado um expert dos materiais e técnicas, usando pigmentos naturais e minérios, colhidos em viagens, e depois trabalhados em seu ateliê em Santa Teresa, Rio de Janeiro.

Nascido em Santa Maria (RS), em novembro de 1941, Carlos Augusto Caminha Vergara, filho de  reverendo da Igreja Anglicana Episcopal do Brasil, passou a infância em São Paulo.  Em 1954, aos 13 anos, vai com a família para o Rio de Janeiro, estuda química e, em 1959, ingressa por concurso na Petrobras, onde permanece até 1966 como analista de laboratório.

Entretanto, o estímulo dado à criatividade pelo Colégio Brasileiro de Almeida, principalmente nas aulas de artesanato, resulta em jóias feitas em cobre e prata que foram expostas em 1963, na VII Bienal Internacional de São Paulo.

A partir de sua participação no evento,  considera a arte como atividade mais permanente e nesse mesmo ano, Vergara torna-se aluno do pintor Iberê Camargo, no Instituto de Belas Artes, se tornando, em seguida, assistente do grande artista gaúcho. 

Além do trabalho que desenvolve no ateliê, Carlos Vergara foi convidado pelo Centro de Arte Contemporânea Inhotim (CACI), para realizar uma grande instalação na capela local, cuja maquete foi apresentada na inauguração feita para convidados no início do mês. A obra estará finalizada em março de 2005.

 
nádia timm
R E V I S T A . E L E T R Ô N I C A