desenho de Max Miranda

 

 

 

 

 

 

Combate tóxico, mutilado

Joel, entre a cura surpreendente

por Max Miranda

As cláusulas aplicam pena nesta ineficiência de idéias, e causam náusea no processo vital das formas de batalha. As formas e os tratados estão em desacordos? Na superioridade dos episódios, morrem todos os nojos. Ou vivem? Normais, cáusticos, e fatos do habitual de bordo. Navegar pela convivência reparada. Ou dia a dia? Um modo convincente revira-se. A vida, as causas perdidas; e ainda os medos tolos... fósseis injetados nas coroas dos reis e rainhas enfurecidos; encorajados? Enferrujados nós, nas idéias – reinos enraivados. Rainhas desabrochadas, comandos inertes. Governos em desconexão... Quando mais ou menos, cabíveis. Frouxas. Que soldado é esse? Até ele tem medo? Shakespeare tresloucado. Boas novas aos corpos combatentes, em segredo, por amor, por garras segurando a natureza. Batalha fora de órbita! Seres imbecis, tortos, cozidos pelo medo – tortura aos grãos humanos. Formas intoleráveis? Ou explosões de veracidade turbinadas pela dor do “onde está tudo dentro de mim”, entre as pedras e as delícias incompreendidas. Forjados bichos: emergência! Cobras e lagartos do deserto; a guerrilha rastejava, dissolvendo as ligações com o minuto, fechando. Chaves invisíveis, portas destruídas: o povo, a tóxica convivência é a luta. Onde está o ringue, onde está o campo, onde está o ser que luta? Há ressurreição...

Joel

Joel. Disseram que este guerrilheiro chegara hoje cedo, da batalha contra os Moeus. Foi forçado a morar nos escombros das cidades arruinadas, onde são confinadas certas minorias por imposições de guerra. Torrente cortara o homem, para sobreviver na desbravada; eram as terras dos colonos, que estreitavam relações fúteis com o resto do universo.

Foi recebido somente pelo ar da cidade. Janelas fechadas, portas trincadas... trancadas. Joel, antes da chegada, passara horas-ajoelhadas em frente a uma montanha de corpos, mirando a força do ódio – dos seres capazes de unir tesouros frios.

Joel era simples de coração.

Não atendiam aos pedidos? E ainda suicidarás?

Espio, murmúrios, tornados, e golpes e retornos; voltando pros céus, tornando um Fausto, um Gregor Sansa: convivências soturnas. Azar ao holocausto. Terror à paz comprada. Joel era sujeito ao conforto da vida, mas lutava; enquanto fúrias eram demarcadas. Ofendia os encurtados contar a natureza do jovem Joel. Serenos curtos eram. Fediam sob a brisa. Eram contra os Moeus. Mas fediam em igual quantidade. Quanto aos Moeus, sobram as carniças da guerra. Joel defendia seu povo fétido. Defendia por defender seu coração da terra maldita. Onde Joel descansava?

Havia uma diva patética, que tentava o roubar dos lençóis de Verstona. Como as sangrentas eram diferentes; um talento para cada uma. Sangrentas; desiguais.

Parece que todos os sobreviventes não eram daquele lugar. Os monumentos caídos; e nem a força do pensamento consegue erguê-los. Tão destruídos ficaram.

As lápides esquecidas; queimadas como as poucas geleiras foram. Se as tristezas foram banidas? Enquanto as parreiras subiam as pilastras, Joel renascia nos braços de Verstona. Ela morava entre os cabos do aço álgido nos confins de Elidroun – arredores onde todos eram forçados a morar, em certas cidades devastadas pela batalha.

Em qualquer cidade destruída, confinavam-se certas minorias, por imposições do vento-contra, de precedência maníaca.

“Corra do lume, Joel. O fogo do passado queimará suas palavras de quietudes”. Disse a malsofrida diva. Onde confiar, Joel? Essa dizia pelos cantos de Elidroun: “Quando ele não suportar a dor de tê-lo feito um homem de deus, saberás me amar”.Que deus?

E as noites de guerra sussurravam nos cantos nobres e despedaçados da terra de Joel. Não era o fim da luta. “Talvez não leram as escrituras, que reforçava os mandos: as palavrosas almas sábias”.

Pronuncia um velho, da janela, que logo se trancafiou, escondendo a astúcia do verbo; janelas de trancas violentas. O povo contra os Moeus cheirava mal, nas línguas. Mas o cálice fiel de justiça protegia uns aos outros. A lealdade era uma velha mestra.

Roupa de combatente nos músculos; e Joel deixa os lençóis delas. “Ao combate, homem!”, gritam. Joel se foi. O veneno dado o impediu no meio do caminho. Morre empeçonhado por uma delas. Uma?

O coração de Verstona e da diva o esperava. Tinham nas mãos o perigo e a poção da ressurreição. Joel estava a salvo.

A guerra foi enganada e se perdeu como uma compota. A guerra azedou. Reinaram: a paz da metamorfose e a alma quase vendida ao marquês do abismo. Castelos e reis, sempre humanos. Coroas e pedras, e gárgulas. “Joel, volte, venha!”, acalantavam o ar, onde a guerra se inicia.

 

 
nádia timm
R E V I S T A . E L E T R Ô N I C A