Festa do Barulho

Agora é pra valer. Vai começar o 10º Goiânia Noise Festival. De 10 a 12 de dezembro, o Centro Cultural Martim Cererê vai tremer ao som de 44 bandas nacionais, vindas literalmente do Norte ao Sul do País, sendo algumas velhas conhecidas do público dos festivais de rock alternativos, outras são prata da casa e também as novatas. Depois de algumas frustrações – para todos –, a Monstro Discos e seus parceiros estão prontos para dar largada a mais uma festa do barulho.

Realizar a edição comemorativa dos dez anos do Noise, um dos maiores festivais do gênero no Brasil, não foi fácil, o que não é novidade nesse tipo de evento. Apesar do respaldo conquistado pelo festival, ele foi vítima do problema de sempre: a falta de apoio. “É frustrante ver que, depois de 10 anos, as dificuldades continuam as mesmas e, apesar de todo o reconhecimento nacional e da importância do festival para a cultura da cidade e do País, recebemos pouco apoio”, lamenta Leonardo Razuk, diretor de comunicação e marketing da Monstro Discos (confira a entrevista completa).

Enfrentar dificuldades deste tipo, não é novidade para a trupe da Monstro, que já acumula larga experiência no assunto. Só que desta vez as dificuldades foram maiores: proporcionais às grandes expectativas e aos planos ousados dos monstros (leia-se: Léo Bigode, Léo Razuk, Fabrício Nobre e Márcio Jr., sócios do selo), que planejaram “fazer algo como Goiânia nunca tinha visto”.

O plano inicial era realizar um mega festival, com super estrutura, no Goiânia Arena, com direito a cinco atrações estrangeiras – entre elas a lendária banda MC5 –, ingressos a preços populares e ainda doar um equipamento de som completo para o Martim Cererê. Mas apenas a aprovação do projeto de 450 mil reais para a realização do 10º Noise não foi suficiente para realizar o sonho. Segundo os organizadores, a falta de patrocinadores, a dificuldade para captar recursos e os entraves burocráticos foram os grandes empecilhos.

O resultado é que todo o projeto teve de ser reformulado – estrutura, formato, local e programação. Porém, os principais quesitos foram mantidos: o conceito e o perfil do festival. Com o propósito de não quebrar a seqüência do Noise, realizado há 9 anos consecutivos, a Monstro e seus parceiro apostaram num projeto mais modesto, mas sem perder o charme. “Já que não conseguimos fazer um mega festival, vamos fazer então para quem realmente dá valor. Então, será um festival para aquele público específico e que realmente gosta e acompanha essa história de rock independente”, avisa Léo Razuk. Bem, e quem gosta tem de se apressar por só foram colocados à venda mil ingressos por noite.

 
nádia timm
R E V I S T A . E L E T R Ô N I C A