O instante descongelado |
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Cristovão Fernandes Duarte*
Comecemos pelo início, que é o escuro da caixa. Antes de tudo é preciso A escuridão absoluta, enclausuradapelas paredes da caixa. Depois vem o furo da agulha. Um furinho de nada, comunicando duas realidades distintas e complementares. Lá fora, o Mundo, tal como ele pensa que é. Aqui dentro, um mundo de mundos possíveis (e impossíveis).
O instante se dilata e respira, acompanhando a respiração do Mundo. Inspira o Mundo pelo furo da caixa obscura e expira mundos, mundos outros, oxigenados pela duração, pelo devir. O olhar de pinhole é, acima de tudo, um olhar preguiçoso. Curioso de ver, mas sem pressa de chegar. Um olhar que caminha vagaroso dentro da paisagem Não para aprisionar, imobilizar, controlar, dissecar, estripar. Um olhar que flui sem incomodar o tempo, sem interromper o fluxo da ação. O Mundo lá fora segue seu caminho. Dentro do escuro da caixa, isto é, diante das imagens de Dirceu Maués, estamos nós. Feito crianças. Vendo mundos ressurgirem. Imagens-visagens que nos confrontam com nossa própria perplexidade diante das coisas do Mundo. Nenhuma certeza para consolar e, no entanto, nenhuma angústia. Só calma e encantamento. *O professor doutor Cristovão Fernandes Duarte é Arquiteto e Urbanista, |
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