Crônica da Alma 4: |
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o emprego |
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por Alice Galvão Precisava de um prazo, só um prazinho! Já havia virado três noites e não sabia mais qual era o dia da semana. Abriu a janela. Estava nublado. Fechou. O computador ligado ofuscava. Só uma folha de papel na impressora, de novo. Os joelhos ardiam e os pés formigavam. Olhos lacrimejantes e o café. Amargo. O ar secando a garganta e o cigarro no banheiro. Som do rádio de um vizinho qualquer, ouvindo o trash do trash. Lembrou-se da festa. Esqueceu-se da sesta. Será que almoçou? Talvez. O estômago sempre doía mesmo. “Tanto faz como tanto fez”. A garrafa d’água refrescava sua mente. Insosa. Transparentemente fria. Um jogo on-line. Outro de “empurra”. A porta trancada. A sala escura. Poeticamente triste. Pateticamente eficiente. Sem saco. Conveniente. 08/07/2005 |
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