Humor Tadela

A webpiada faz história

 

“O brasileiro é um povo bem humorado”, constata o administrador de empresas Sergio Batista ao falar sobre o sucesso do site. Ele foi um dos desbravadores da Internet no país. Quando colocou no ar o Humor Tadela, em 4 de dezembro de 1995, o provedor de acesso e conteúdo que o abriga atualmente, o Universo Online, sequer existia.

O que era para ser um hobby com objetivo de “investigar” a nova tecnologia, logo ganhou adeptos, que passaram a “exigir” a atualização do conteúdo. Três meses depois de lançado o site, Batista criou um lema para acalmar seu público: “atualizado sempre de vez em quando”.

Hoje o site lembra muito pouco a improvisação dos primeiros tempos, funcionando como uma produtiva fábrica de piadas, veiculadas nos mais diversos formatos como charges, desenhos, animações, charadas, testes, sátiras, classificados, horóscopo, montagens, jogos e até um prosaico “FAQ”, que na linguagem do site significa “Frequently Ass-nation Questions”, traduzido por: tudo o que você nunca fez questão de perguntar e nós menos ainda de responder”.

Sinal dos tempos, o que começou para ser atualizado de vez em quando, desde o final de setembro, é atualizado algumas vezes por dia: a seção Plantão do HT, traz uma interpretação particular das últimas notícias como em “Eleição do PT teve adesão de R$ 150 mil”, “Casa Branca nega que Bucha disse que Deus motivou o ataque” ou ainda “Al-Qaeda lança carro-bomba no salão do automóvel”.

Esta não é a primeira vez que o HT inventa moda, no bom sentido. Há cerca de cinco anos, foi o pioneiro no envio de piadas por e-mail, por meio de um software próprio desenvolvido pelo próprio Sergio Batista, que descobriu sua aptidão para programar ainda quando trabalhava na área de contabilidade da Mercedes Benz.

Para dar conta desta produção, Sérgio conta atualmente com a ajuda de 15 profissionais entre desenhistas, animadores e roteiristas. “Humor é como outra atividade qualquer: tem uma técnica, que exige treino para ser desenvolvida”, afirma ele. “O importante é aprender a ver qualquer situação e fato pela sua faceta cômica, inusitada”, completa. “A gente não fica aqui reunido o dia inteiro dando risada ou esperando a inspiração divina.”

O grupo de criação faz reuniões de pauta diárias em que se comentam os fatos mais em evidência no momento. Destas idéias, nascem as piadas e pré-roteiros para as animações, carro-chefe do site, especialmente em tempos de crise política, fonte quase inesgotável de histórias tragicômicas. Os escândalos do mensalão, da fraude nos Correios ou mesmo a recente prisão de Maluf pai e filho fizeram a audiência aumentar em 25%, levando a equipe a dedicar atenção especial à sátira política e intensificar a produção de animações.

As charges animadas são feitas por cinco profissionais. Um faz o roteiro, o outro cuida do áudio, enquanto três deles cuidam dos desenhos e das animações que dão vida ao texto do roteirista. Por último, uma pessoa coloca as vozes. Deste trabalho surgem paródias do tipo “Como se portar numa CPI”, em que o mestre Maluf – como se fosse o professor Raimundo, personagem de Chico Anísio – ensina aos seus alunos aplicados Lulinha, Dirceuzinho, Genuinho e Delubinho os seus segredos. “Na aula de hoje vamos aprender a como se portar num interrogatório”, diz Maluf.

Mas quem não quer se envolver com a política nem de brincadeira pode recorrer às sátiras dos fatos esportivos ou das novelas, programas de TV e a vida dos famosos. Tem ainda espaço para as boas e velhas “piadas de salão”. “A gente não poupa ninguém, porque afinal é impossível fazer humor e ser politcamente correto”, afirma Sérgio Batista.

Outras mídias – A maturidade do site, aliada ao espírito explorador de seu criador, permitem a exportação do conteúdo do Humor Tadela para outras mídias. Desde o início do segundo semestre, os clientes da Vivo podem se cadastrar e receber em seus celulares horóscopos satíricos, pensamentos inusitados, notícias (as paródias, claro) e piadas. Existe também uma versão em revista que reúne parte do conteúdo do site, para aqueles que não costumam freqüentar a web.

A partir do ano que vem, o Tadelino personagem que é símbolo do site, passará a estampar camisetas, livros, cadernos e outros produtos bem humorados. “Nós conseguimos resistir aos anos da exuberância irracional da Internet, com muito trabalho e seriedade, mesmo fazendo os outros rirem”, conclui Sergio Batista.

Sobre Sérgio Batista

O fundador do site Humor Tadela Sérgio Batista é administrador de empresas. Foi na época em que trabalhava na contabilidade da Mercedes-Benz que começou a sua relação com os computadores. Durante um período de férias, comprou um livro e um computador e descobriu que levava jeito para programação.

Pediu então transferência para o setor de informática. Naquela época, início dos anos 80, os computadores eram objetos muito caros nas empresas brasileiras. Era preciso se inscrever e esperar algum tempo para poder sentar na frente do terminal e escrever algumas rotinas, que só podiam ser corrigidas em papel. A impressora ficava no escritório de Campinas e só chegava um ou dois dias depois, já que vinha no malote regular. “Um dia cansei de não fazer nada”, brinca.

Deixando a Mercedes em 1987, Sergio investiu seu talento alguns anos numa empresa de automação de pontos (para substituir os antigos relógios) chamada MacChips. Depois disso, investiu US$ 1 milhão numa idéia: montar um banco de dados de currículos para fornecer às empresas que estivessem selecionando profissionais. “Aquele não era o momento, porque a operação era cara e complicada demais sem a Internet”, analisa ele.

A Embratel, em dezembro de 1994, convidou 5 mil pessoas para serem os primeiros brasileiros a testarem a Internet. Sergio Batista estava entre elas.

Curiosamente, no mesmo dia em que tomou a decisão de encerrar a Jet Empregos, estava dando os primeiros passos na tecnologia que revolucionaria o mercado: a Internet. Sergio, que diz em tom jocoso ser um romancista nunca publicado, encontrou no Humor Tadela um local ideal para conciliar seus talentos: programação, escrever, contar histórias e descobrir novos negócios. “Só odeio quando me pedem para dizer algo engraçado. Não sei contar piada direito”, garante. Acredite quem quiser.



 

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