Monstruoso mercado editorial

por Emir Sader

Frankfurt - A Feira de Frankfurt, na Alemanha, foi aberta esta semana com a mesma "sem gracice" da nova primeira-ministra alemã – Angela Merkel. Sorriso chocho, nada a dizer, promessa que não se cumpre – ela aparece em uma revista alemã com uma coroa que lhe cai da cabeça, com a chamada: rainha sem poder...


Nisse ponto a Feira de Frankfurt se diferencia dela: aqui circulam os poderosos do mercado editorial do mundo. Esta não é uma feira de livros: é uma feira de comércio de livros. A tal ponto que foi inaugurada na terça-feira (18 de outubro de 2005), tem intensa circulação de gente durante três dias e só é aberta ao público neste sábado (22) e no domingo (23) – este o dia em que a feira fecha mais cedo.

O mercado editorial mundial se tornou um tema de cachorro grande. As grandes redes ocupam o fundamental dos espaços, com enorme quantidade de estandes, agregando todas as editoras compradas por elas, às vezes de vários países, de diferentes continentes. Elas vêm muito mais – ou quase exclusivamente – para vender seus títulos do que para comprar. A ponto de que apenas uma das maiores editoras brasileiras têm um estande – a Cia das Letras -, enquanto as outras mandam gente apenas para comprar e eventualmente oferecer títulos, não se preocupando em difundir os livros que estão publicando no Brasil.

A Feira já foi aberta em uma cerimônia de anticlímax: veio à inauguração, como representante do governo alemão, Joschka Fischer, ainda no cargo, mas ex-ministro de Relações Exteriores, do governo derrotado de Gerard Schroeder, que sobrevive apenas no papel, enquanto a Democracia Cristã e a Social Democracia negociam a composição do novo governo – no que a imprensa chama de “casamento de dinossauros”.

A elite das empresas editoriais do mundo é branca – como todos os círculos com poder real. Entre eles decidem os sucessores de "O Código da Vinci", em um estreito círculo de poder. Concentram tanto poder que, de repente, é como se a humanidade inteira, por coincidência, se interessasse simultaneamente pelo livro de Dan Brown. Mas se trata de uma infernal e brutalmente monopólica máquina de fabricação de sucessos editoriais – branca, ocidental, em grande parte anglo-saxã.

De qualquer forma, vale a pena vir uma vez a este monstruoso mercado editorial. Para ver a diversidade de coisas que se publica no mundo, mas também para ver como a concentração de riqueza e de poder coloca nas mãos de algumas grandes empresas a produção editorial. Mesmo se são pequenas e médias editorias, pelo mundo afora, as responsáveis pelo que de melhor é publicado.


Emir Sader, professor da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), é coordenador do Laboratório de Políticas Públicas da Uerj e autor, entre outros, de “A vingança da História".

publicação autorizado pela Agência Carta Maior

 

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