Versos de Miguel Jorge em "Marbrasa" |
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Esses escritores Então, sofrem da branca dor dos pensamentos, Faíscas em movimento, mas, se pedra, ou cal, Nas mãos, infinitas luxúrias E são rios, mares e sonhos de leves pecados, A solidão, mania a não se acabar nunca, Corpo das fingidas dores, que o escritor Luz inclinada sobre a fronte, esses escritores,
Esses amores 01: Nascem sem rosto, esses amores. O chocolate derramado sobre a mesa. O menino oferece ao lado, o morto, no jornal Nascem sem odores esses amores, da pedra ao escaninho. Se faz em trato delicado os muito amores, por vezes Por vezes são promessas, se levantam e se Acolhem esses amores o cru e o cozido, em rara sabedoria, 02: Como uma flecha de rapina, o amor que do amor se O amor tem corpo, véu e nome, gosto que se escorre 03.Vibração no peito, o amor. Os corações nele refletidos. Vinte mil e quinhentos estilhaços lançados Somente os amados ouviam. 04. Antropófago, o corpo do amor se come Porque é de leve seda, o amor se embebeda Desenhos instruídos à mão, ameaça de morte por cicuta, O amor se invente e é quase polvo, quem sabe 05. Sumo de lembranças, porta dura que se bate, o amor. Corrente no pulso, que o amor é de ouro Tem a cor da romã esses amores, Templo dos deuses, iludem esses amores, |
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