Segundo o médico oncologista Dr. Juvenal Antunes Oliveira Filho, da Oncocamp de Campinas, um bom exemplo são os edulcorantes ou adoçantes artificiais, como a sacarina, o ciclamato e o aspartame.
"Apesar de possuir um poder de adoçamento muito maior que do açúcar de cana comum, aliado a baixíssimas calorias o uso contínuo de adoçantes artificiais podem criar problemas para o organismo, incluindo o aparecimento e agravamento de tumores em vários órgãos", alerta.
Por causa disso, os ciclamatos foram proibidos nos EUA (embora sejam vendidos livremente no Brasil) e a sacarina recebeu uma menção de alerta pelo FDA. Nos anos 70, a população ficou assustada e o Ministério da Saúde chegou a proibir a comercialização da sacarina quando pesquisadores norte-americanos alardearam que esse adoçante poderia provocar câncer da bexiga em ratos, quando adicionada à água que tomavam.
"O câncer de bexiga é o segundo de maior incidência dos órgãos urogenitais no público masculino, perdendo apenas para o de próstata e representando 3% do total de tumores no Brasil. Órgãos oficiais prevêem aumento de 50% dos casos no mundo até 2020", detalha Juvenal. "Trata-se de um tumor difícil de ser diagnosticado em fases iniciais, já que são geralmente assintomáticos.
Mais de 70% dos casos são percebidos em estágios avançados, quando o paciente começa a apresentar sangue na urina, o que é um sinal de doença avançada", completa.
Um dos adoçantes artificiais mais utilizados, o aspartame também poderia estar relacionado com o desenvolvimento da doença de Alzheimer e de tumores cerebrais, cuja incidência tem crescido significativamente, embora ainda não exista prova concreta dessa relação em ambas as doenças.
O que vem preocupando a sociedade médica de todo o mundo que o uso de edulcorantes tem aumentado muito nos últimos anos, com o "boom" de dietas de redução calóricas e com o crescimento da produção em larga escala de produtos diet e light, que substituem o usual açúcar pelos adoçantes.
Essa tendência, mais a correlação entre o câncer e os adoçantes, fez com que a Organização Mundial de Saúde recomendasse a ingestão diária do ciclamato em valores localizados entre 0,1 a 11 mg de adoçante por kg de peso corporal como aceitável, evitando intoxicações e maiores riscos saúde.
|